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Outra vez "nim". Líder catalão não esclarece se declarou a independência mas deixa ameaça

19 out, 2017 - 08:57

Carles Puigdemont tinha até às 9h00 para esclarecer o Governo de Madrid.

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A resposta chegou a Madrid por carta. O líder do governo regional da Catalunha ameaça avançar com uma declaração formal de independência no Parlamento caso continue a haver uma recusa de diálogo por parte do governo central.

"Se o Governo do Estado persistir em impedir o diálogo e continuar a repressão, o Parlamento da Catalunha poderá proceder, se achar oportuno, ao voto da declaração formal de independência que não votou no dia 10 de Outubro," lê-se na carta divulgada pelos jornais espanhóis.

Na carta, o líder catalão lembra que “o povo da Catalunha, no dia 1 de Outubro, escolheu a independência num referendo que recolheu o apoio de uma elevada percentagem de eleitores. Uma percentagem superior ao que permitiu ao Reino Unido iniciar o processo do Brexit e com um número superior ao voto do Estatuto de Autonomia da Catalunha”.

A missiva não esclarece se Carles Puigdemont já declarou a independência na sequência do referendo, uma resposta que tinha sido exigida pelo executivo de Mariano Rajoy até esta quinta-feira (às 9h00 de Lisboa).

A resposta de Puigdemont está rodeada de grande pressão: por um lado a constante fuga de empresas da Catalunha, que já ascende a mais de 700 firmas, e por outro os partidos independentistas mais acérrimos, a Esquerra Republicana Catalana e os radicais de esquerda CUP. Ambos queriam e querem uma declaração unilateral de independência, algo que Puigdemont não fez.

Em resposta à carta, o Governo espanhol não cede à ameaça de Puigdemont e anuncia que irá reunir, no sábado, em conselho de ministros, para avançar com a activação do artigo 155 da Constituição, uma ferramenta que permite ao Estado assumir determinadas funções de poder na Catalunha.

Este artigo, nunca usado desde que o texto fundamental foi escrito e aprovado em 1978, permite a suspensão de uma autonomia e dá ao Governo central poderes para adoptar "as medidas necessárias" para repor a legalidade.

O processo independentista da Catalunha entrou num novo momento crítico na sequência da realização, a 1 de Outubro, de um referendo pela soberania na região, considerado ilegal pela justiça espanhola. Na consulta - organizada pelo governo regional e dirigido apenas aos catalães, o que contraria a Constituição - o "sim" ganhou com 90% dos votos, mas os resultados não foram certificados por entidades independentes.

A votação ficou marcada por cargas policiais da Guardia Civil e da Polícia Nacional espanhola, que visavam impedir o referendo, uma vez que a polícia regional catalã, os Mossos d'Esquadra, não cumpriram uma ordem nesse sentido do Tribunal Superior de Justiça da Catalunha.


Como é que a Catalunha chegou até aqui?
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  • FF
    19 out, 2017 FAR 13:38
    Obviamente, Idota até ao fim!
  • Jose Magalhaes
    19 out, 2017 Lisboa 12:08
    É pena, como se vê a noticia é tendenciosa, e isto não é jornalismo informativo. É jornalismo objectivista, de reporter enganador. A noticia não refere que o ilegal referendo antes de ser feito e para se fazer teria de ter o acordo da maioria dos catalães, e em caso positivo para ser aprovado teria de ter um tempo minimo ( senão máximo) de informação ao povo catalão, deveria constituir-se por duas opiniões a serem votadas com condições iguais de divulgação e informação, como tambem exigir um minimo de mais de 50% dos votantes da Catalunha. Só depois se poderia verificar um referendo crente honesto, devidamente votado. E só depois dos votos contados iniciar-se conversações no sentido duma Independencia da Catalunha com cabeça tronco e membros. Não foi isto que se passou e um referendo não é própriamente uma eleição de um Presidente da camara ou de um Governos que cessa a actividade quatro anos depois. É uma decisão responsavel e escolhida com caracter definitivo. O Sr jornalista ou não sabe isso, e age precipitadamente, ou então noticia de má fé.
  • cs
    19 out, 2017 vila do conde 10:56
    Ao insistir em que houve um referendo e ao basear em nele a sua atuação, o Govern da Catalunha mostra que não tem nenhum interesse na Catalunha, mas apenas no seu projeto de poder pessoal. Caso contrario aceitaria realizar eleições democráticas com a condição expressa que continuariam o processo independentista se as ganhassem.
  • P.R.
    19 out, 2017 Olivença 10:06
    E continua a repressão por parte do governo franquista espanhol. Um povo que escolha o seu destino tem de ser ouvido. Espanha tem de ser punida por reprimir a vontade dos catalães.
  • GURU
    19 out, 2017 Lisboa 09:29
    A votação que estes bananas fizeram na Catalunha tem menos valor que as votações na Venezuela! Ninguém controla...não se sabe quem votou e quantas vezes votaram...não se sabe se as caixas já estava cheias de votos antes da votarem eh eh porque ninguém independente as viu! E por fim o numero de votos nem de perto chega a metade dos eleitores! Vale ZEROOOOO

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