26 out, 2017 - 16:09
O presidente do governo regional da Catalunha, Carles Puigdemont, falou esta quinta-feira aos catalães, mas recusou a possibilidade de convocar eleições regionais, afirmando que não existem condições para o fazer.
"Estava pronto a convocar eleições se fossem dadas garantias" de que isso impediria a aplicação de governação directa a partir de Madrid, disse. "Não existem garantias que justifiquem convocar hoje uma eleição", afirmou.
Num discurso de cerca de cinco minutos, o líder do governo regional disse que continuava a cumprir o seu dever de procurar todas as vias de diálogo pacífico, mas acusou o Partido Popular, de Mariano Rajoy, de estar a tirar proveito da situação para rejeitar o diálogo.
Puigdemont reconheceu que é provável que o Senado aprove a aplicação do artigo 155.º da Constituição, como já aconteceu no Parlamento, que suspenderá a autonomia da Catalunha, dissolvendo o Parlamento e o Governo e obrigando à convocação de eleições regionais.
O líder do Governo insiste que essa aplicação será "injusta" e "abusiva" e que o Parlamento catalão continua mandatado para avançar com o projecto independentista, consoante os resultados do referendo de 1 de Outubro, cuja legalidade Madrid rejeita.
"Não obtive uma resposta responsável da parte do Partido Popular", afirmou. "Mais uma vez comprovamos que a responsabilidade apenas obriga a uma parte, a outra tem direito à mais clara irresponsabilidade", lamentou.
Por fim, Puigdemont disse que importa manter na Catalunha a paz e o civismo. "Nestas horas que se apresentam, o compromisso com a paz e o civismo devem manter-se mais fortes do que nunca. Só assim, sublinho que só assim, venceremos", concluiu.
[Notícia actualizada às 16h29]