30 out, 2017 - 10:03
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Pelo menos dois conselheiros do demitido governo regional da Catalunha e o próprio presidente, Carles Puigdemon, compareceram esta segunda-feira de manhã ao trabalho.
Para que não houvesse dúvidas, David Mascort, da Agricultura, publicou uma foto no Twitter, com a legenda de que está “a trabalhar em nome do país”.
Josep Rull, por seu lado, esteve cerca de meia hora no gabinete do Território e Sustentabilidade e, tal como o seu colega disse aos jornalistas que foi “ao gabinete fazer o trabalho que me encomendou o povo da Catalunha”.
Rull disse ainda que conta manter agenda prevista para hoje.
Carles Puigdemont também usou as redes sociais para informar que tinha comparecido ao trabalho. No Instagram, publicou uma imagem com a mensagem: “Bom dia”. Contudo, não foi visto.
Apesar de o Governo central ter destituído o governo da Catalunha (Generalitat), a polícia da região, Mossos d’Esquadra, tem ordens para deixar que os membros destítuidos regressem aos gabinetes para recolher os pertences pessoais.
Na sexta-feira, o primeiro-ministro espanhol assumiu o controlo directo da Catalunha e demitiu todo o governo regional, marcando eleições para o dia 21 de Dezembro.
No sábado, o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, delegou na sua vice-presidente, Soraya Sáenz de Santamaria, as funções e competências do presidente cessante do governo da Catalunha, Carles Puigdemont.
O procedimento consta do decreto real que designa os órgãos e autoridades encarregadas de dar cumprimento às medidas acordadas para a Catalunha na aplicação do artigo 155º da Constituição espanhola.
Segundo o jornal “El Pais”, os partidos que apoiam a independência ponderam uma candidatura conjunta nas eleições agendadas para 21 de Dezembro, mas o acordo ainda não está fixado.
O processo independentista da Catalunha entrou num novo momento crítico na sequência da realização, a 1 de Outubro, de um referendo pela soberania na região, considerado ilegal pela justiça espanhola. Na consulta - organizada pelo governo regional e dirigido apenas aos catalães, o que contraria a Constituição - o "sim" ganhou com 90% dos votos, mas os resultados não foram certificados por entidades independentes.
A votação ficou marcada por cargas policiais da Guardia Civil e da Polícia Nacional espanhola, que visavam impedir o referendo, uma vez que a polícia regional catalã, os Mossos d'Esquadra, não cumpriram uma ordem nesse sentido do Tribunal Superior de Justiça da Catalunha.