14 nov, 2017 - 13:12
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Elmas Ozmico morreu envenenada, no Reino Unido, onde procurava asilo depois de ter conseguido chegar à Turquia numa carrinha de caixa aberta. Fatim Jaward, uma jovem de 19 anos que jogava na selecção nacional da Gâmbia, morreu afogada na costa da Líbia, numa tentativa de chegar à Itália. Mamadou Konate, de 33 anos, conseguiu chegar a solo italiano, mas acabou por morrer num incêndio num acampamento em ruínas, em San Severo.
Elmas, Fatim e Mamadou são apenas três histórias de uma lista, publicada este mês pelo jornal alemão "Der Tagesspiegel", com os nomes, idades, países de origem e circunstâncias de morte dos 33.293 migrantes e refugiados que morreram, entre 1993 e Maio deste ano, em busca de segurança na Europa.
“Quisemos honrá-los. E quisemos, ao mesmo tempo, mostrar que cada uma daquelas linhas conta uma história, e que essa lista continua a crescer todos os dias”, escreve o jornal alemão, que decidiu publicar este trabalho no dia em que se assinalam dois momentos importantes na história alemã: a queda do Muro de Berlim, em 1938, e o ataque violento levado acabo contra a comunidade judaica no país que ficaria conhecida para a história como a Noite de Cristal.
Com este trabalho, o jornal quis chamar a atenção para as “políticas europeias restritivas do continente europeu e a gestão das suas fronteiras internas e externas”, pode ler-se na tradução de alguns excertos, disponibilizados pela Associated Press.
Uma grande maioria dos nomes da lista de 46 páginas morreram afogados no Mediterrâneo ou congelados, durante o inverno, já em solo europeu. Mas a lista inclui outros casos, como ataques violentos de grupos extremistas ou suicídios em campos de refugiados.
Apesar de a lista acabar em Maio deste ano, os números crescem a cada dia que passa. De acordo com a Organização Internacional para as Migrações, desde o início do ano até ao dia 10 de Novembro, morreram 2.961 pessoas em busca de refúgio na Europa.
A lista integral do "Der Tagesspiegel", em alemão, pode ser obtida aqui.