16 nov, 2017 - 07:30
A actriz Angelina Jolie defende que a violência sexual deve ser reconhecida como uma arma de guerra pela comunidade internacional, defendendo que deve ser “punida com mais dureza”.
A actriz e activista falou durante a conferência de ministros da Defesa sobre as missões de paz da ONU, que está a decorrer em Vancouver, no Canadá, considerando que a violência sexual está a ser usada como uma arma de guerra porque “é mais barata do que uma bala e tem consequências duradouras", o que a torna "cruelmente efectiva".
Angelina Jolie, que deu como exemplo as violações das refugiadas rohingyas em Myanmar (antiga Birmânia), acrescentou que os abusos são cometidos para “torturar, aterrorizar e forçar a população a fugir”.
A actriz também rejeitou que a violações e abusos sexuais cometidos sejam consequências inevitáveis das guerras, salientando que são crimes que têm que ser castigados e incluídos nas negociações de paz.
A conferência de Vancouver é a maior reunião de ministros da Defesa dedicada às missões de paz da ONU.
A Amnistia Internacional (AI) denunciou que as forças de segurança de Myanmar (antiga Birmânia) mataram centenas de pessoas numa campanha sistemática para expulsar os muçulmanos rohingyas, e pediu um embargo de armas ao país.
Mais de 580 mil refugiados chegaram ao Bangladesh desde 25 de Agosto, quando as forças de segurança iniciaram uma ofensiva contra as aldeias rohingya. O governo disse estar a responder a ataques de insurgentes muçulmanos, mas as Nações Unidas disseram que a resposta foi desproporcionada.
Antes da operação militar de Agosto, que motivou a actual fuga de rohingyas para o Bangladesh, estimava-se que cerca de um milhão vivia no estado de Rakhine, onde são alvo de crescente discriminação desde a violência sectária de 2012 que causou pelo menos 160 mortos.