20 nov, 2017 - 15:48 • Rui Barros com Vasco Gandra (Bruxelas)
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A candidatura portuguesa para acolher a Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla em inglês), que abandonará o Reino Unido devido ao "Brexit", foi excluída na primeira votação, confirmou a Renascença em Bruxelas.
A cidade de Amesterdão acolherá a agência. Segundo avança o site "Politico", a cidade holandesa empatou a terceira ronda de votações com Milão, tendo vencido por sorteio.
A votação, que decorreu esta segunda-feira com a participação dos 27 Estados-membros da União Europeia, ditou que a cidade do Porto fosse excluída logo na primeira ronda. Havia 14 concorrentes.
Milão (25 votos), Amesterdão e Copenhaga (ambos com 20 votos) passam à segunda ronda de votações. O Porto ficou-se pelos 10 votos, sendo a 7ª mais votada, a par de Atenas.
Na primeira volta, cada Estado-membro podia atribuir três, dois ou um ponto entre as candidaturas. Se uma das candidaturas recolhesse o apoio de pelo menos 14 votos, seria imediatamente vencedora. Isso não aconteceu e a cidade portuguesa não ficou nas três mais votadas.
Não havendo consenso, como foi o caso, as três cidades mais votadas passam a uma segunda ronda, na qual os 27 países voltam a votar numa das três cidades mais votadas.
A escolha é feita por voto secreto, pelo que não é possível perceber quem votou em quem.
À terceira ronda de votações Milão e Amesterdão empataram, tendo a cidade holandesa vencido por sorteio.
A candidatura portuguesa corria inicialmente contra outras 18 cidades: Amesterdão (Holanda), Atenas (Grécia), Barcelona (Espanha), Bona (Alemanha) Bratislava (Eslováquia), Bruxelas (Bélgica), Bucareste (Roménia), Copenhaga (Dinamarca), Dublin (Irlanda), Helsínquia (Finlândia), Lille (França), Milão (Itália), Sófia (Bulgária), Estocolmo (Suécia), Varsóvia (Polónia), Viena (Áustria), Zagreb (Croácia) e ainda Malta, que não especificou a cidade.
Na sexta-feira, foi noticiado que Malta retirara a sua candidatura, sendo seguida por Croácia e Irlanda, que anunciaram que retirariam a sua candidatura esta segunda-feira, dia da votação. Dublin manteve-se, apesar de tudo, na corrida para receber a Autoridade Bancária Europeia.
O Palácio dos Correios, na Avenida dos Aliados, o Palácio Atlântico, na praça D. João I, ou instalações novas na avenida Camilo Castelo Branco eram as três localizações propostas para a EMA no Porto, tendo o autarca Rui Moreira garantido que a sua instalação na cidade não teria custos para Portugal.
Votos por cidade para acolher a Agência Europeia do Medicamento:
Milão – 25 pontos
Amesterdão – 20 pontos
Copenhaga – 20 pontos
Bratislava - 15 pontos
Barcelona – 13 pontos
Estocolmo – 12 pontos
Porto – 10 pontos
Atenas – 10 pontos
Bucareste – 7 pontos
Varsóvia – 7 pontos
Bruxelas – 5 pontos
Helsínquia – 5 pontos
Viena – 4 pontos
Bona – 3 pontos
A polémica do centralismo
A candidatura portuguesa esteve inicialmente envolta em polémica. A cidade de Lisboa esteve para ser a candidata portuguesa, mas, depois de alguns protestos de Rui Moreira, que classificou a decisão de centralista, o Conselho de Ministros tomou a decisão de candidatar a cidade do Porto.
Tomada a decisão, Portugal redobrou-se em esforços diplomáticos para conseguir o voto dos restantes 26 países votantes. De acordo com a secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias, "foi feito um intenso trabalho diplomático e muitas diligências diplomáticas junto dos 26 países envolvidos". Na sexta-feira, o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, também defendeu que "o Porto está claramente no conjunto das candidaturas mais fortes".
Esta segunda-feira de manhã, o primeiro-ministro português recorreu à conta oficial na rede social Twitter para dizer que “o Porto oferece à EMA a melhor solução para a sua relocalização” e questionar se a União Europeia iria aproveitar “esta oportunidade”.
Apesar dos esforços, ao longo da candidatura foram diversas as informações que surgiram sobre a candidatura do Porto. Se um estudo feito a pedido da Associação Comercial do Porto colocava a cidade portuguesa “entre as cinco cidades favoritas” para acolher a EMA, o jornal económico "Financial Times" dizia que o Porto “estava fora das cidades favoritas”.
[Notícia actualizada às 17h19 com a informação de que Amesterdão é a cidade eleita]