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Quase metade das mulheres vítimas de violência nunca contou a ninguém

22 nov, 2017 - 06:46

As recentes alegações de assédio sexual em Hollywood levaram à campanha mundial #MeToo que pretende quebrar o silêncio sobre o assédio sexual e a violência.

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Quase metade das mulheres que foram vítimas de violência nunca contou a ninguém pelo que os casos relatados são “apenas uma fração da realidade”, denunciou o Instituto Europeu para a Igualdade de Género (EIGE).

“A violência contra as mulheres é um problema muito maior do que as estatísticas mostram”, afirma em comunicado o EIGE, que alertou para este problema numa conferência sobre o Índice de Igualdade de Género 2017, que decorreu terça-feira no Parlamento Europeu, em Bruxelas.

Segundo o instituto, quase uma em cada duas mulheres (47%) que sofreu violência nunca disse a ninguém, “seja à polícia, serviços de saúde, um amigo, vizinho ou colega”.

"A violência contra as mulheres é tanto uma causa como uma consequência da desigualdade de género”, afirma a diretora do EIGE, Virginija Langbakk.

Virginija Langbakk sublinha que “nas sociedades que toleram a violência”, os agressores não são punidos, as vítimas são culpadas e as “mulheres têm menos probabilidades de falar sobre isso”.

Para acabar com essa “cultura de silêncio e de culpa das vítimas”, são necessárias respostas “mais fortes dos governos, da polícia e da justiça”.

“As mulheres devem saber que as suas queixas serão levadas a sério e a justiça será feita para que possam recuperar as suas vidas", frisa.

À luz das recentes denúncias divulgadas na comunicação social, o Parlamento Europeu apresentou uma resolução para o combate ao assédio e ao abuso sexual. Este órgão exige uma abordagem de tolerância zero em relação ao assédio sexual, encoraja as vítimas a falar e exorta os políticos a actuarem como modelos responsáveis na prevenção e combate do assédio sexual.

"O assédio sexual não é inofensivo e tem um custo elevado para as pessoas, as suas famílias e o resto da sociedade”, alertou a responsável.

Para acabar com a violência, “precisamos urgentemente de enfrentar a impunidade e o estigma social, que levam a uma subnotificação”.

Nova ferramenta avalia as várias formas de violência

“Os homens e os rapazes também têm de ser envolvidos na prevenção da violência, porque a igualdade de género é responsabilidade de todos", diz a também presidente do Comité do Parlamento da UE sobre os Direitos da Mulher e a Igualdade de Género.

Para ilustrar o espectro da violência, o EIGE desenvolveu uma nova ferramenta, como parte do Índice da Igualdade de Género, que avalia as várias formas de violência contra as mulheres, desde o assédio sexual até à morte.

Também ajuda a medir outras formas de violência, como o tráfico de seres humanos, a violência entre parceiros íntimos, agressões sexuais e violações. “Pela primeira vez, temos uma pontuação comparável para violência contra mulheres na UE e em cada Estado-membro”, explica.

A pontuação da UE é de 27,5 em cada 100 (quanto maior a pontuação, pior a situação), mostrando que “o fenómeno é prevalente, grave e pouco relatado”.

As pontuações variam entre 22,1 na Polónia a 44,2 na Bulgária. A alta pontuação na Bulgária deve-se principalmente à taxa de não-divulgação da violência, que é mais de três vezes a média da UE (48,6 e 14,3, respectivamente).

Segundo o Eurobarómetro de 2016, 15% dos europeus ainda consideram a violência doméstica como uma questão privada, mas as coisas começaram a mudar nos últimos tempos e as mulheres estão a denunciar mais.

As recentes alegações de assédio sexual em Hollywood levaram à campanha mundial #MeToo que pretende quebrar o silêncio sobre o assédio sexual e a violência contra as mulheres.

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  • Anónimo
    12 nov, 2018 16:58
    Ó "Zé Carlos", tu sabias que há estudos sobre isso? Calado eras um poeta! Não passas de escumalha misógina. Ó "Zé Magalhães", é curioso que só te preocupas com os homens quando alguém fala em mulheres. Porque será?
  • VERDADE
    22 nov, 2017 Guarda 13:13
    É UMA VERDADE CRUA HENDIONDO QUE A MAIORIA DAS MULHERES NÃO FALAM POR MEDO DE REPRESÁLIAS POR VERGONHA. JÁ REFERI AQUI A SITUAÇÃO DA MINHA AMIGA, QUE UM DITO JUIZ DAQUI DA GUARDA JS VIOLOU MALTRATOU POR PURA MALÍCIA, E AMEAÇA SE A MINHA AMIGA FALAR. A MINHA AMIGA NÃO FAZ, PORQUE ELE TEM PUDER SABE COMO FAZER AS COISAS, MINHA AMIGA ESTÁ GRAVEMENTE DOENTE, DESISTIU DE VIVER PORQUE ESSE TORPE DEATRUI LHE A VIDA. A MINHA AMIGA SABE O QUE ESSE JUIZ É CAPAZ DE FAZER. SÓ PEÇO QUE A COMUNICAÇÃO SOCIAL INVESTIGUE E CSM TAMBÉM, PORQUE SE TRATA DE ALGUÉM QUE USA O PODER QUE TEM PARA ABUSAR DE MULHERES... NINGUÉM MERECE SER USADA/O POR PURA MALDADE DESPREZO DA DIGNIDADE HUMANA MUITO MENOS UM JUIZ
  • ZeCarlos
    22 nov, 2017 Coina 08:14
    Se nunca contaram a ninguém como é que sabem? Estas feministas só podem ser bruxas. Igualdade de Género? Como é que vão conseguir isso se o género é uma "construção social"?
  • JOSE MAGALHÃES
    22 nov, 2017 Lisboa 07:47
    E qual a percentagem dos homens que não contaram?

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