23 nov, 2017 - 10:28
Myanmar (antiga Birmânia) e o Bangladesh assinaram um acordo que permite o regresso dos refugiados Rohingya à sua terra natal. A notícia está a ser veiculada pela Sky News que cita o ministro do Trabalho e Imigração de Myanmar, segundo o qual o país está pronto a receber esta minoria muçulmana.
O anúncio deste acordo surge em vésperas da visita do Papa à região. Francisco chega na próxima segunda-feira a Myanmar, onde fica até quinta-feira, para depois seguir para o Bangladesh.
Já esta quinta-feira, os Estados Unidos anunciaram a suspensão das viagens para Myanmar a oficiais americanos. Esta decisão surge após as declarações do secretário de Estado Rex Tillerson, que acusou as autoridades de “limpeza étnica”.
ONU fala em crimes contra a humanidade
A enviada da ONU para a violência sexual nos conflitos considerou que as atrocidades generalizadas contra as mulheres e crianças muçulmanas Rohingya organizadas pelos militares de Myanmar podem equivaler a crimes de guerra, contra a humanidade e genocídio.
Pramila Patten reuniu-se com muitas vítimas de violência sexual nos campos do Bangladesh, durante uma visita feita este mês.
Na quarta-feira, durante um encontro com jornalistas, afirmou que estava plenamente de acordo com a avaliação do alto comissário da Organização das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zeid Ra’ad Al Hussein, de que os rohingya têm sido vítimas de “limpeza étnica”.
Patten acrescentou que o uso generalizado da violência sexual “foi claramente um motivo e factor promotor” da fuga de mais de 620 mil rohingya de Myanmar. Considerou-a ainda “um instrumento calculado de terror dirigido à exterminação e remoção dos rohingya como um grupo”.
O governo de Myanmar negou as acusações.