24 nov, 2017 - 14:52
A actriz Uma Thurman quebrou o silêncio acerca do escândalo de assédio sexual que envolve o produtor Harvey Weinstein.
Numa publicação no Instagram e no Facebook, no dia de Acção de Graças, a actriz assumiu que também foi vítima do produtor, com quem trabalhou em sete filmes, incluindo “Pulp Fiction” e “Kill Bill”. Uma Thurman usou a “hashtag” que se tornou viral por ser utilizada pelas vítimas para se associarem ao caso: #metoo (“eu também”, em português).
A “hashtag” foi utilizada pela primeira vez pela activista Tarana Burke e popularizada pela actriz Alyssa Milano no Twitter, que pediu às mulheres que a partilhassem se tivessem sentido na pele algum tipo de assédio sexual. A hashtag foi partilhada mais de 17 mil vezes no Twitter nas 24 horas que se seguiram à publicação da mensagem.
No último mês, Harvey Weinstein foi acusado por várias dezenas de mulheres – incluindo Rose McGowan e Gwyneth Paltrow – de assédio sexual, mas negou todas as acusações. Aceitou, contudo, fazer sessões de terapia.
Numa entrevista ao programa “Access Hollywood”, da NBC, em Outubro, Uma Thurman não quis falar do assunto, por estar “demasiado zangada”. “Não tenho nenhum ‘soundbite’ cuidado para lhe dar, porque eu aprendi, não sou uma criança. E aprendi que quando falo zangada, normalmente arrependo-me da maneira como me expresso. Portanto, tenho estado à espera de me sentir menos zangada e quando estiver pronta direi o que tenho que dizer”, afirmou a actriz.
Agora, nas suas contas de Instagram e de Facebook, a actriz voltou a referir-se ao produtor numa publicação em que deu graças “por estar viva, e por todas as que tiveram a coragem de dar um passo em frente pelas outras”.
“Recentemente disse que estava furiosa, e eu tenho algumas razões, #metoo, caso não o tenham reparado pela minha cara", escreveu Thurman.
"Sinto que é importante tomarmos o nosso tempo, sermos justos, sermos exactos. Por isso, feliz dia de Acção de Graças a todos! (Menos a ti, Harvey, e todos os teus conspiradores perversos – estou feliz por isto estar a acontecer devagar, não mereces uma bala”, afirmou a actriz.
A fotografia escolhida mostra Uma Thurman no papel de noiva em “Kill Bill: Vol.1” (2003), de Quentin Tarantino.
O realizador admitiu, em Outubro, que "sabia o suficiente [sobre o comportamento de Weinstein] para fazer mais" do que fez.