06 dez, 2017 - 17:16
A transferência da embaixada norte-americana para Jerusalém já vem "muito atrasada", afirma o Presidente Donald Trump.
"Eu acho que já vem muito tarde. Muitos presidentes disseram que queriam fazer algo, mas nunca fizeram", declarou o líder dos Estados Unidos.
Donald Trump reconheceu Jerusalém como capital de Israel em declarações antes de uma reunião da sua administração.
O Presidente norte-americano deverá fazer ainda esta quarta-feira um discurso sobre a mudança da embaixada de Telavive para Jerusalém.
A intenção do Presidente norte-americano está a ser recebida com grande apreensão pela comunidade internacional.
O Papa Francisco mostrou-se esta quarta-feira preocupado. “A este respeito, não posso calar a minha profunda preocupação pela situação que se criou nos últimos dias”, afirmou durante a audiência geral.
Jerusalém, cidade disputada
O estatuto de Jerusalém é um ponto nevrálgico no conflito entre israelitas e palestinianos. A cidade abriga locais sagrados para judeus, cristãos e muçulmanos e o seu estatuto é uma das questões mais polémicas e ponto crucial nas negociações de paz.
Israel considera Jerusalém a sua capital eterna e indivisível. Mas os palestinianos reivindicam parte da cidade, Jerusalém Oriental, como capital de seu futuro Estado.
A posição da maioria da comunidade internacional é a de que o estatuto de Jerusalém deve ser decidido em negociações de paz e, por isso mesmo, os países mantêm suas embaixadas em Telavive, a capital comercial de Israel.
Em 1947, quando a Assembleia Geral da ONU decidiu pelo plano de partilha da Palestina entre um Estado árabe e outro judeu, Jerusalém foi designada como "corpus separatum", sob controle internacional, mas o plano não chegou a ser implementado, já que em 1948, foi declarada a Independência do Estado de Israel e, logo em seguida, surgiu a guerra entre árabes e israelitas.
Findo o conflito, Jerusalém foi dividida, com a parte ocidental sob controle de Israel e a parte oriental controlada pela Jordânia.
Em 1967, Israel capturou a parte oriental da cidade e, desde então, vem construindo colunatos em Jerusalém Oriental, considerados ilegais pela comunidade internacional.