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Seixas da Costa. Trump deu “contribuição para a guerra"

07 dez, 2017 - 01:30

Presidente dos Estados Unidos decidiu defender que Jerusalém seja a capital de Israel.

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Embaixador Seixas da Costa comenta decisão de Trump sobre Jerusalém

O embaixador Seixas da Costa considera que a decisão do Presidente dos Estados Unidos de considerar Jerusalém a capital de Israel foi tomada para tentar desviar atenções de problemas internos e vem aumentar os desequilíbrios no Médio Oriente.

“Donald Trump está com algumas dificuldades no plano da política interna e já se estava à espera que uma qualquer decisão com repercussões na ordem externa pudesse surgir como argumento de contraponto para fazer divergir as atenções”, disse.

Trump, Médio Oriente, Jerusalém. A história de um equilíbrio de forças frágil
Trump, Médio Oriente, Jerusalém. A história de um equilíbrio de forças frágil

Em entrevista à Renascença, o antigo secretário de Estado dos Assuntos Europeus considera que esta decisão de Trump “desagrada profundamente ao Ministério dos Negócios Estrangeiros norte-americano porque faz perder aos Estados Unidos o mínimo de capacidade de influência em qualquer processo de paz”.

Seixas da Costa lembra que uma das propostas do líder norte-americano no início do seu mandato na Casa Branca era o de ser um “equilibrador negocial para o processo de paz do Médio Oriente. Ao tomar uma decisão destas desequilibra completamente a posição americana e coloca-os num dos lados – como, aliás, nós sabíamos que estavam mas até agora disfarçavam”.

Seixas da Costa recusa a ideia defendida por Donald Trump de que esta medida irá contribuir para o processo de paz na região.

“Não há nenhum elemento de natureza racional que sustente aquilo que Trump disse no seu próprio discurso, no sentido de dizer que isto é um elemento para a paz. Não é. Esta é uma contribuição para a guerra, se ela vier a ter lugar”, referiu.

No futuro, “veremos em que medida esta acha para a fogueira acabará por ser ou não trágica para o processo – já não lhe chamo processo de paz porque acho uma ironia chamar processo de paz ao processo do Médio Oriente”.

"Jerusalém é a capital de Israel", declarou o Presidente norte-americano, Donald Trump. O anúncio histórico foi realizado esta quarta-feira na Casa Branca.

O mundo reagiu a esta decisão e, com excepção de Israel, ninguém defende esta nova posição da Casa Branca.

Comentários
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  • Alberto
    07 dez, 2017 FUNCHAL 11:33
    Quando o Dr. Seixas era pequenino e lhe perguntavam, na Escola, qual era a capital de Israel, ele ficava todo contente por responder - certo- que era Jerusalém! Então, Israel não tem Capital...ou, qual é ela, Dr Seixas?
  • Manuel Fernandes
    07 dez, 2017 Barreiro 06:45
    Muita lucidez nesta apreciação do Sr. Embaixador. Voando permanentemente sobre um ninho de cucos, Donald Trump deve ser o Presidente dos Estados Unidos que mais arrasou o prestígio deste país. Que já andava pelas ruas da amargura desde os tempos de Bush, da ocupação do Iraque e da Líbia, do financiamento de mercenários para desestabilizar ou mesmo destruir a Síria e o Líbano. O Mundo corre sérios riscos, de guerra, predação da Natureza e retrocesso civilizacional, enquanto a maior potência mundial for governada por um tresloucado.

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