07 dez, 2017 - 12:47
A chefe da diplomacia da União Europeia (UE) disse que a decisão do Presidente dos EUA de reconhecer Jerusalém como capital israelita, pode levar a “tempos ainda mais sombrios”.
O anúncio do chefe de Estado norte-americano pode “levar-nos a tempos ainda mais sombrios do que os que vivemos hoje”, disse Federica Mogherini, numa conferência de imprensa em que reiterou que a UE defende a solução de Jerusalém como capital dos dois Estados de Israel e da Palestina.
“O anúncio do Presidente Trump sobre Jerusalém tem um impacto potencial muito preocupante”, acrescentou, sublinhando que o contexto da região “é muito frágil”.
A Alta Representante para a Política Externa da UE reiterou que os 28 têm “uma posição muito clara e unida”, a de que “a única solução realista para o conflito entre Israel e a Palestina se baseia em dois Estados, com Jerusalém como capital”.
Mogherini salientou ainda a importância de se evitar uma escalada da violência, saudando o apelo de Trump ao reconhecimento do ‘status quo’ dos lugares santos de Jerusalém.
O líder norte-americano anunciou na quarta-feira que os Estados Unidos reconhecem Jerusalém como capital de Israel e afirmou que irá dar ordens ao Departamento de Estado para mudar a embaixada dos EUA de Telavive para aquela cidade. Este anúncio representa uma ruptura com décadas de neutralidade da diplomacia norte-americana na questão israelo-palestiniana.
O Hamas já apelou a uma nova Intifada (revolta popular). "Devemos lançar e trabalhar no lançamento de uma Intifada contra o inimigo sionista", disse o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, num discurso em Gaza, citado pela agência Reuters.
O Conselho de Segurança da ONU vai reunir-se de urgência esta sexta-feira, depois de Trump ter reconhecido Jerusalém como a capital de Israel, anunciou a presidência japonesa do órgão. Oito países que estão contra a decisão do Presidente dos Estados Unidos solicitaram o encontro de urgência do Conselho de Segurança ao Japão, que preside este mês o órgão, pedindo que António Guterres, secretário-geral da ONU, que informe os 15 membros do conselho.
Palestina e Israel não chegam a um acordo sobre as fronteiras no interior da cidade de Jerusalém. Como tal, nenhum estado optou por reconhecer a cidade como capital de Israel, com receio de que tal fosse encarado como uma tomada de partido pelos israelitas, podendo fazer descarrilar qualquer esforço de paz.