08 dez, 2017 - 12:42
Milhares de palestinianos envolveram-se em confrontos com tropas israelitas em vários locais. Há registo de pelo menos dois mortos em Gaza e 200 feridos, muitos por inalação de gás lacrimogéneo e alguns por disparos de balas de borracha.
Ao longo do dia o número de vítimas mortais foi sendo alterado. Inicialmente, o ministro da Saúde palestiniano falou em duas vítimas mortais abatidas a tiro pelas tropas israelitas, próximo da fronteira com a Faixa de Gaza, mas depois fez novo balanço. Já o exército israelita avança ter disparado selectivamente munições reais contra dois indivíduos que instigavam os protestos naquela zona. Ao fim da noite, a Reuters confirmava dois mortos.
A informação está a ser avançada pelo Crescente Vermelho, que tem recebido os feridos nos confrontos entre palestinianos e tropas israelitas, que reforçaram a segurança em vários locais.
Em Jerusalém e na Cisjordânia, até meio do dia, registaram-se poucos confrontos. No entanto, em Hebron, Belém, Jericó e perto de Nablus, as forças israelitas dispararam balas de borracha e lançaram gás lacrimogéneo contra jovens palestinianos que os atingiram com pedras, segundo as agências.
Em Hebron, centenas de manifestantes escondidos em vários pontos da cidade lançaram pedras contra os soldados.
O Hamas convocou para esta sexta-feira o início de uma terceira Intifada contra Israel em reacção ao anúncio norte-americano de reconhecer Jerusalém como capital do Estado israelita, decisão também hoje analisada de urgência no Conselho de Segurança da ONU.
Os protestos de hoje estendem-se a outros países, como a Jordânia, a Turquia, o Iraque, a Tunisia, a Malásia, o Paquistão, a Indonésia, o Bangladesh e o Egipto, onde está a ser reforçada a segurança junto à embaixada norte-americana no Cairo.
Entretanto, segundo a agência Associated Press, a Al-Qaeda apelou aos seus activistas que levem a cabo atentados contra os Estados Unidos, Israel e cristãos, "para dar resposta à agressão americana".
Donald Trump anunciou na quarta-feira que os Estados Unidos reconhecem Jerusalém como capital de Israel e que vão transferir a sua embaixada de Telavive para Jerusalém, contrariando a posição da ONU e dos países europeus, árabes e muçulmanos, assim como a linha diplomática seguida por Washington ao longo de décadas.
Os Estados Unidos transformaram-se assim no único país do mundo a fazê-lo. A comunidade internacional nunca reconheceu Jerusalém como capital de Israel, nem a anexação da parte oriental da cidade, conquistada em 1967.
Israel, por seu lado, considera a Cidade Santa a sua capital “eterna e reunificada”, mas os palestinianos defendem pelo contrário que Jerusalém-leste deve ser a capital do Estado palestiniano ao qual aspiram, num dos principais diferendos que opõem as duas partes em conflito.
[notícia actualizada às 21h00]