13 dez, 2017 - 11:02
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O Presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, afirmou esta quarta-feira que a decisão da administração Trump de reconhecer Jerusalém como capital de Israel é o “maior crime” de sempre e uma flagrante violação da lei internacional.
“Jerusalém é e sempre será a capital da Palestina”, afirmou na cimeira de líderes muçulmanos, convocada de emergência e que decorre na Turquia.
Segundo Abbas, os Estados Unidos estão a dar Jerusalém como se se tratasse de uma cidade norte-americana, pelo que deixaram de ter direito a participar no processo de paz para o Médio Oriente.
O mundo todo está contra a decisão de Donald Trump, recorda o líder palestiniano, avisando que a Palestina poderá vir a sair de organizações internacionais de que os Estados Unidos sejam membros.
Abbas diz ainda que irá pedir ao Conselho de Segurança das Nações Unidas uma resolução que anule a decisão de Washington – uma decisão que o Presidente da Autoridade Palestinana considera que poderá “transformar uma questão política numa batalha religiosa”.
Anfitrião da cimeira, o Presidente turco, Tayyip Erdogan, convidou por seu lado “todos os países a apoiar a lei internacional que reconhece Jerusalém como a capital da Palestina ocupada”.
“Não podemos adiar mais”, justificou perante mais de 50 líderes reunidos, considerando a decisão de Trump um prémio a Israel pela ocupação, a construção de colonatos, a tomada de terra e as acções “desproporcionadas de crimes e violações”.
“Israel é um Estado ocupador e de terror”, resumiu.
Também presente na cimeira da Organização para a Cooperação Islâmica (OCI), o rei Abdullah rejeitou qualquer tentativa de alteração do estatuto de Jerusalém ou dos seus lugares sagrados.
Na opinião do monarca da Jordânia, a paz nunca chegará à região sem uma resolução para o conflito israelo-palestiniano.
“Toda a violência é resultado do falhanço das soluções de paz para a questão palestiniana”, afirmou.
A dinastia Hashemite, do rei Abdullah, tem a custódia dos lugares sagrados de Jerusalém, tornando Amã (capital da Jordânia), particularmente sensível a qualquer mudança que surja na sequência da decisão da administração Trump.
Da parte do Irão, Hassan Rouhani acusou os Estados Unidos de falta de respeito pelos legítimos direitos da nação palestiniana.
Em mensagens divulgadas pelo Twitter, o Presidente iraniano apoiou a posição de Abbas, afirmando que a medida revelou que Washington não é “e nunca será um mediador honesto” do processo de paz. Pelo contrário, apenas quis “assegurar os interesses dos sionistas”.
Jerusalém é uma das cidades mais antigas do mundo e sagrada para judeus, cristãos e islâmicos. Mas é entre judeus e palestinianos que o estatuto desta Cidade Santa mais questões tem levantado, constituindo o cerne do conflito israelo-palestiniano há décadas.
Em 1967, Israel capturou a parte Este de Jerusalém e anexo-a, mas essa acção nunca foi reconhecida pela comunidade internacional.
Nos acordos de paz entre Israel e a Palestina Jerusalém nunca foi atribuída a qualquer dos lados.