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Catalunha. Puigdemont admite voltar “se for respeitado resultado” das eleições

17 dez, 2017 - 16:48

Considera que continua a ser o chefe do executivo catalão e espera que a ida às urnas na quinta-feira confirme isso.

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O número um da candidatura do Junts per Catalunya (JxCat), Carles Puigdemont, diz que deverá voltar à Catalunha se "for respeitado o resultado" das eleições de quinta-feira, e os eleitores recusarem o artigo 155.º da Constituição.

Numa entrevista ao jornal La Vanguardia, Puigdemont, que fugiu à justiça espanhola na Bélgica, após a declaração unilateral de independência, considera que "não é possível que as ideias que te fazem presidente te levem à prisão".

"Se o 155 for rejeitado nas urnas, deverei voltar" à Catalunha, garantiu Puigdemont, numa referência às eleições regionais da próxima quinta-feira.

Puigdemont considerou que foi destituído pelo presidente do Governo central, Mariano Rajoy - no âmbito da aplicação do artigo 155.º -, mas apenas o parlamento regional "pode nomear ou destituir um presidente", pelo que considera que continua a ser o chefe do executivo catalão.

Numa intervenção, através de videoconferência, numa acção em Sant Celoni (Barcelona), o cabeça de lista do JxCat defendeu que "qualquer coisa que se afaste do 'Govern' e do 'parlament' legítimo é legalizar o 155", pedindo aos catalães que usem as urnas para restituir o Governo cessado a que presidia.

Se "ganhar" o presidente do Governo de Madrid, "será ele quem mandará", porque a Catalunha terá "autorizado e branqueado o seu golpe de Estado", através da aplicação do artigo 155.º.

Puigdemont também apelou à construção de "um país melhor", em forma de uma "república grande, livre, próspera e democrática".

O número um do JxCat sublinhou que as eleições servirão para escolher entre construir "um país menor", que é o que querem os que -- disse - pretendem "menorizar e assustar" os que desejam a independência, e aqueles que querem "um país melhor", no qual "todos possam progredir", sem que se "liquide quem pense de forma diferente", nem que "se envie ninguém para o exílio".

As eleições regionais de 21 de Dezembro foram convocadas pelo chefe do Governo espanhol, Mariano Rajoy, em 27 de Outubro passado, no mesmo dia em que decidiu dissolver o parlamento da Catalunha e destituir o executivo regional presidido por Carles Puigdemont, no âmbito da aplicação do artigo 155.º da Constituição.

Várias sondagens publicadas esta sexta-feira indicam que os partidos constitucionalistas estão à frente nas intenções de voto, mas os independentistas ganham em número de lugares, sem nenhum dos blocos ter maioria absoluta.

O partido Cidadãos (constitucionalista, direita liberal) aparece nos estudos de opinião como o mais votado (23-25%), seguido de perto pela Esquerda Republicana da Catalunha (ERC, independentista, esquerda moderada, 20-23%) que poderia eleger mais deputados, porque a lei eleitoral dá mais peso a províncias dominadas pelos independentistas.

Os partidos separatistas ganharam as últimas eleições regionais, em 2015, com 72 deputados, num total de 135 no parlamento regional, o que lhes permitiu formar um Governo que organizou um referendo de autodeterminação em 1 de Outubro último, que foi considerado ilegal pelo Estado espanhol.

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