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Reatar boas relações com Portugal? Depende do caso Manuel Vicente, diz Presidente de Angola

08 jan, 2018 - 13:13

“Qualquer posição nova de Angola vai depender muito do desfecho" do caso judicial, afirma.

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O futuro das relações entre Angola e Portugal depende do desfecho do caso judicial que envolve o ex-vice-Presidente angolano Manuel Vicente. A afirmação é do Presidente angolano, João Lourenço.

“O que é que é preciso fazer para que as relações entre Angola e Portugal voltem aos bons níveis do passado recente? Apenas um gesto, esse gesto é remeter o processo a Angola. Como se costuma dizer, a bola não está do nosso lado, está do lado de Portugal. Mas Portugal lamentavelmente não satisfez o nosso pedido”, disse, acrescentando que Angola considera essa posição de Portugal “uma ofensa”.

“Qualquer posição nova de Angola vai depender muito do desfecho deste caso”, rematou.

Em causa está o caso "Operação Fizz", processo em que o ex-vice-Presidente de Angola e ex-presidente do conselho de administração da Sonangol, Manuel Vicente, é suspeito de ter corrompido, em Portugal, Orlando Figueira, quando este era procurador do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), ramo do Ministério Público que investiga a criminalidade mais grave, organizada e sofisticada, designadamente de natureza económica.

"Nós não estamos a pedir que ele seja absolvido, que o processo seja arquivado, nós não somos juízes, não temos competência para dizer se o engenheiro Manuel Vicente cometeu ou não cometeu o crime de que é acusado. Isso que fique bem claro", disse o Presidente da República, que falava nos jardins do Palácio Presidencial, em Luanda, na sua primeira conferência de imprensa com mais de uma centena de jornalistas de órgãos nacionais e estrangeiros, quando passam 100 dias após ter chegado à liderança no Governo.

À Renascença, fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros disse que o gabinete de Augusto Santos Silva não faz comentários.

Comentários
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  • Manuel Gabriel
    15 jan, 2018 05:58
    Assim disse o nosso PR Nós não estamos a pedir que ele seja absolvido, que o processo seja arquivado, nós não somos juízes, não temos competência para dizer se o engenheiro Manuel Vicente cometeu ou não cometeu o crime de que é acusado. Isso que fique bem claro
  • João Lopes
    08 jan, 2018 Viseu 18:29
    Com Presidentes destes será melhor cortar relações diplomáticas e outras!
  • MASQUEGRACINHA
    08 jan, 2018 TERRADOMEIO 16:50
    Mas afinal em que consiste o tal acordo judicial, no âmbito dos países da CPLP, que Angola diz que Portugal não quer cumprir por achar que a justiça angolana "não merece confiança"? Alguém, em Portugal, disse de facto isso para recusar remeter o processo à justiça angolana, como previsto no dito acordo? Ou estamos perante chantagem, pura e simples, de Angola a Portugal? Não haverá comunicação social que nos elucide, ou só sabem fazer queixinhas sobre os tresloucados das caixas de comentários? Alguém que esmiúce aí a coisa, para ver se nos orientamos. Para já, algumas coisas são certas: nem que seja virginalmente impoluto, o camarada Vicente nunca se livrará de justas suspeitas, dada a sua atitude de se enfiar debaixo da asa do poder; o poder angolano idem, que tanto brio na defesa do Vicente não convence ninguém, deve ser para esconder milho mais graúdo; e o António Costa, com mais um valente par de botas para descalçar, e das difíceis - se cede, é péssimo, por indigno e esquisito; se não cede... Sobretudo, falta-nos informação, ó órgãos de informação, façam lá o vosso trabalho!!
  • Português
    08 jan, 2018 15:41
    ESTES CORRUPTOS QUE ROUBAM O POVO Á DESCARADA AINDA TÊM O DESCARAMENTO DE VIR DIZER TODOS ESTES DISPARATES, DEIXÁI-OS VIVER SÓZINHOS. CAMBADA DE LIXO.
  • vitor neves
    08 jan, 2018 sintra 15:27
    Sr. presidente agora fico com muitas duvidas e algumas certezas: o senhor quer implementar a democracia em Angola ou quer que o património furtado pelos Santos seja agora para a família Lourenço? mas básico mesmo básico é não saber que estes estados ditos democráticos a justiça é um órgão independente. Com isto quer dizer-nos que uma decisão judicial aí em Angola pode ser alterada pelo Presidente.......caro senhor mais um ditador com toda a falta de conhecimento próprio de Angola
  • Antonio Ferreira
    08 jan, 2018 Porto 13:43
    Sr. Presidente João Lourenço, eu tenho muita boa impressão sua, até pelas medidas que está a tentar implementar no seu país, mas não me faça mudar de ideias e pensar que afinal, vai querer manter uma situação errada e, apenas mudar os nomes. Um corrupto e um corruptor não deixam de o ser por ter mudado o governo do país. Penso que a Justiça deve cumprir o seu papel, ou seja, de julgar quem tem de ser julgado, independentemente de ser; um ex- Vice -Presidente ou um deputado, ou outra profissão qualquer. Se o Sr. João Lourenço quer ficar conhecido com o Presidente que mudou o país, para melhor, deve deixar que a Justiça faça o seu papel, seja onde for. Como quer o Sr. Presidente, como o disse num discurso, pedir aos países o retorno do dinheiro saído do país, se os seus detentores não o fizerem este ano, se depois aceita que os que corromperam pessoas desses países fiquem impunes perante a Justiça ? Não podemos ter dois pesos e duas medidas. Se se provar que o Sr. Manuel Vicente foi o corruptor de um Procurador, de Portugal, tem de ser julgado e condenado como tal. Não pode haver perdões em nome do que quer que seja. A Justiça e a honra de cada país não pode ser tratada dessa forma , em nome do que quer que seja. Sr. Presidente João Lourenço, para o seu país ser respeitado, tem de respeitar os outros. A Justiça portuguesa não pode ser tratada desse forma. Ou será que esta sua atitude só acontece por ser um Vice-Presidente. E se fosse um angolano, sem cargo político ?

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