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Netanyahu diz-se “pronto para a paz”

25 jan, 2018 - 18:57

Primeiro-ministro israelita deixou esta ideia depois de um encontro com Trump em Davos.

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O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, diz que o seu país está "pronto" a fazer a paz com os palestinianos, pouco depois de um encontro com o Presidente norte-americano, Donald Trump, em Davos (Suíça).

"Sim, estou pronto para a paz, e expliquei-o ao Presidente Trump", declarou Netanyahu aos jornalistas.

Netanyahu disse que reafirmou perante o chefe de Estado norte-americano a sua vontade "e a vontade de Israel, de encetar um esforço para atingir a paz com os palestinianos".

"É um esforço que tem vindo a ser reforçado por esta equipa tão competente", acrescentou o primeiro-ministro israelita, numa referência à administração Trump.

Pouco antes, Trump tinha ameaçado parar de dar qualquer ajuda económica aos palestinianos caso estes continuem a recusar negociações de paz com Israel.

A ameaça do chefe de Estado norte-americano surgiu após uma reunião com Netanyahu, e sentado a seu lado.

Os palestinianos retiraram-se das negociações na sequência da decisão de Trump, no final do ano passado, de reconhecer Jerusalém como capital de Israel.

A Autoridade Palestiniana, bem como algumas nações árabes, considerou na altura que os Estados Unidos já não podiam ser considerados um interlocutor imparcial no processo de paz.

Trump afirmou hoje que essa decisão dos palestinianos acarreta consequências. Os Estados Unidos, argumentou Trump, dão "centenas de milhões de dólares" aos palestinianos e "esse dinheiro está na mesa e não seguirá enquanto não se sentarem para negociar a paz".

O comentário do Presidente americano surgiu pouco depois de ter chegado ao Fórum Económico Mundial, em Davos, que reúne líderes mundiais e executivos de topo.

Na cimeira, Trump vai apresentar a sua agenda económica, sob o lema "A América Primeiro", um conjunto de medidas de cariz considerado protecionista, e tentar atrair investimento estrangeiro para os Estados Unidos.

O Presidente norte-americano não foi claro quanto às quantias e dinheiro a que se referia na sua ameaça.

Desde meados dos anos 1990, Washington já contribuiu com mais de cinco mil milhões de dólares em ajuda económica e para segurança dos palestinianos.

A ajuda económica anual tem atingido, em média, 400 milhões de dólares desde 2008, grande parte desse valor dedicado a projetos de desenvolvimento.

Na resposta às declarações de Trump, o embaixador palestiniano junto da ONU, Riyad Mansur, disse que a Palestina não se vergará "a ameaças, intimidação ou ações punitivas", continuando a manter a sua oposição à decisão dos EUA de reconhecer Jerusalém como capital de Israel.

"Não se pode pôr um preço aos direitos e à dignidade de povo nenhum", defendeu o embaixador, num discurso perante o Conselho de Segurança.

Mansur não fez qualquer referência explícita às declarações de Trump, mas as suas declarações pareciam dirigidas aos comentários de hoje do Presidente norte-americano.

Em Davos, Trump também acusou os palestinianos de terem faltado ao respeito ao seu vice-Presidente, Mike Pence, ao recusarem recebê-lo durante o seu périplo pelo Médio Oriente.

"A nossa postura não pretende ser uma falta de respeito e não deveria ser interpretada dessa forma por ninguém", disse o diplomata.

Pelo contrário, contrapôs Mansur, trata-se de uma posição "baseada no pleno respeito" pela lei, pela justiça e pela igualdade.
Por outro lado, o porta-voz da presidência palestiniana, Nabil Abu Roudeina, recusou qualquer negociação sob mediação dos Estados Unidos caso estes não voltam atrás na decisão de reconhecer Jerusalém como capital de Israel.

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