30 jan, 2018 - 06:50
O novo director da companhia aérea EasyJet pediu que o seu salário fosse reduzido em 34 mil libras (pouco mais de 38 mil euros anuais), de modo a que igualasse o ordenado auferido pela sua antecessora, Carolyn McCall.
Johan Lundgren assumiu o cargo de CEO da empresa de voos “low cost” em Novembro, com o salário anual de 740 mil libras (quase 840 mil euros). Carolyn McCall recebia, na altura em que deixou a companhia, 706 mil (pouco mais de 801 mil euros).
“Para demonstrar o meu compromisso pessoal” na igualdade de salários dentro da empresa entre homens e mulheres, “pedi ao conselho de adminitração que reduzisse o meu salário para o valor recebido pela Carolyn quando deixou a EasyJet”, anunciou.
“Quero ainda reafirmar o compromisso que assumi com vista a resolver o desequilíbrio de géneros que existe na nossa equipa de pilotos, que conduz à diferença salarial existente na empresa”, acrescentou, citado pela BBC.
Segundo o órgão da comunicação social britânico, o desequilíbrio entre géneros na EasyJet é de 51,7%, mas a companhia aérea diz que não se deve à diferença salarial – os ordenados dos pilotos e do pessoal de cabine são acordados em sede de concertação social e homens e mulheres são pagos da mesma maneira – mas sim ao facto de haver muitos mais homens pilotos do que mulheres.
Apenas 5% dos pilotos de voos comerciais da EasyJet são mulheres.
A questão da igualdade salarial entre géneros está a ser estudada em vários países da União Europeia e fora da UE. A Islândia é vista como um modelo a seguir, tendo sido o primeiro país do mundo a obrigar as empresas a certificarem a igualdade de salários.
A medida foi aprovada em Junho do ano passado e a lei entrou em vigor a 1 de Janeiro deste ano, com prazos para as empresas se adaptarem e ajustarem os vencimentos.
Na Alemanha, as grandes empresas passaram a ser obrigadas a informar as trabalhadoras de quanto ganham os seus colegas masculinos.
Em Portugal, está a ser estudada uma combinação de ambos os modelos. À Renascença, a secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Rosa Monteiro, afirmou que “o Governo português tem vindo a ter contactos com o Governo islandês e também com o alemão”, no sentido de “estudar a adaptação” da certificação a Portugal.