22 fev, 2018 - 12:08
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A União Europeia está a preparar sanções contra os generais de Myanmar (antiga Birmânia) envolvidos nos assassinatos de muçulmanos Rohingya.
As instituições de Bruxelas pediram à alta representante para a Política Externa e Segurança, Federica Mogherini, que elabore uma lista de possíveis nomes, avança a agência Reuters.
Eventuais novas proibições de viajar e o congelamento dos bens dos generais representam um agravamento das sanções por parte da EU, que se juntam às sanções já impostas pelos EUA e Canadá.
"Os ministros vão pedir a Frederica Mogherini que proponha medidas restritivas aos generais de Myanmar pelos abusos sistemáticos dos direitos humanos, sem demora", adiantou fonte da diplomacia europeia.
Reforço do embargo às armas
Os ministros dos Negócios Estrangeiros também vão pedir a Mogherini para analisar maneiras de fortalecer o embargo de armas ao país do Sudeste Asiático, decidido pela União Europeia na década de 1990 – e que permanece em vigor.
A decisão sobre o agravar das sanções da UE aos generais de Myanmar deverá ser oficialmente divulgada na próxima segunda-feira, após uma reunião regular de ministros dos Negócios Estrangeiros da União.
A EU vai também reforçar o apelo para o que país liberte os dois jornalistas da agência Reuters detidos em 12 de dezembro e acusados de violaram a leis sobre o segredo de Estado de Myanmar.Two @Reuters journalists in #Myanmar face 14 years in prison for doing their jobs. Journalism is not a crime. Watch the #FortiFilm. #FreeWaLone #FreeKyawSoeOo pic.twitter.com/OWv8zoKBcj
— Fortify Rights (@FortifyRights) January 10, 2018
Os repórteres investigavam o assassinato de dez homens muçulmanos Rohingya que foram enterrados numa vala comum, no estado de Rakhine, depois de terem sido atacados por vizinhos e soldados budistas.
EUA decretaram sanções ao general Maung Maung Soe
Os nomes dos generais que poderão ser alvo de sanções da EU ainda não foram discutidos. Em dezembro passado, os Estados Unidos avançaram com sanções ao major-geral Maung Maung Soe, acusado de repressão à minoria Rohingya em Rakhine.
A UE considera novas sanções aos militares de Myanmar, na sequência da resistência do Conselho de Segurança da ONU a implementar tais medidas. Rússia e China têm poder de veto no conselho e já fizeram saber que “acreditam que a situação em Rakhine está estável e sob controle”.
Os Estados Unidos, bem como as Nações Unidas, descreveram a repressão militar em Myanmar como "limpeza étnica".
Cerca de 655.000 Rohingya fugiram de Rakhine e vivem refugiados na fronteira com o Bangladesh, de acordo com as Nações Unidas.