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Nações europeias pressionam Moscovo para aprovar cessar-fogo em Ghouta

23 fev, 2018 - 17:05

Os russos têm vetado todas as resoluções vistas como não favoráveis a Damasco. Cessar-fogo duraria 30 dias e permitiria a entrada de ajuda médica e humanitária no último enclave rebelde de Damasco.

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A Alemanha e a França pedem à Rússia que se junte ao apelo do Conselho de Segurança das Nações Unidas a um cessar-fogo imediato, de 30 dias, na Síria.

A resolução vai ser votada ainda esta sexta-feira e os olhos estão postos na Rússia para saber se a superpotência, aliada do Governo de Bashar al-Assad, usará o seu poder de veto.

O pedido é dirigido a Vladimir Putin por carta, em que são remetentes Angela Merkel e Emmanuel Macron e fontes citadas pela imprensa internacional admitem ainda o reforço desse pedido por telefone, caso seja necessário.

O objetivo é assegurar a passagem de camiões de ajuda humanitária e médica para o enclave de Ghouta, nos arredores de Damasco.

Ghouta é o último bastião dos rebeldes na região da capital. Os rebeldes usam as suas posições no bairro para bombardear com artilharia as zonas leais ao regime. Recentemente o Governo lançou uma campanha de bombardeamento aéreo sobre Ghouta que, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, tem feito mais de 400 mortos, incluindo crianças. Há relatos de ataques a hospitais.

Os bombardeamentos do regime repetiram-se esta sexta-feira. Damasco tem largado panfletos a apelar aos cerca de 400 mil civis que vivem no enclave procurem fugir para zonas controladas pelo Governo.

O regime, com o apoio da Rússia, do Irão e de milícias, parece apostado em aplicar a Ghouta a mesma estratégia que usou para conquistar Alepo oriental, bombardeando os sitiados até se renderem. No caso de Alepo acabou por se chegar a um acordo que permitiu a saída dos rebeldes para outras partes do país, controladas por estes, mas os combatentes de Ghouta dizem não estar dispostos a fazer o mesmo.

A Rússia já deu sinais de abertura ao diálogo. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, exige que os rebeldes deixem de lançar ataques a zonas residenciais. O voto foi, inclusivamente, adiado enquanto decorrem negociações.

Comentários
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  • António Costa
    23 fev, 2018 Cacém 18:00
    Há mais de um ano, uma noticia de rodapé: a Arábia Saudita iria comprar mais umas dezenas de milhões de dólares de bombas aos americanos, em virtude do seu stock estar quase esgotado. Nesse passado mês de Setembro os bombardeamentos incessantes a Sana'a, capital do Iémen impediam também, qualquer ajuda humanitária de chegar. Os pobres iemenitas escondidos em caves e subterrâneos tiveram de "esperar" que o stock de bombas "despejado" sobre eles acabasse. Estranho, não se viam fotos de crianças iemenitas vitimas de bombardeamentos em Sana'a.

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