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Trump demite secretário de Estado, Rex Tillerson

13 mar, 2018 - 12:53 • Rui Barros

Mike Pompeo, diretor da CIA, é o substituto de Tillerson. Gina Haspel passa a liderar a agência de espionagem. É a primeira mulher no cargo.

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O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou esta terça-feira a saída de Rex Tillerson do cargo de secretário de Estado. Milke Pompeo, até agora diretor da CIA, será o seu substituto.

Donald Trump revelou a saída através da rede social Twitter, onde agradeceu a Rex Tillerson pelos "seus serviços".

Os serviços secretos passam agora para as mãos de Gina Haspel, actual subdirectora. É a primeira vez que uma mulher lidera a CIA.

"Mike Pompeo, diretor da CIA, vai ser o nosso novo secretário de Estado. Ele vai fazer um trabalho fantástico! Obrigado a Rex Tillerson pelos seus serviços! Gina Haspel vai ser a nova diretora da CIA e a primeira mulher a ser escolhida. Parabéns a todos!", escreveu Trump.

O secretário de Estado é um dos cargos com mais peso político na administração norte-americana. Era até hoje ocupado pelo antigo presidente executivo da petrolífera ExxonMobil, Rex Tillerson, que era criticado pela sua falta de experiência política e pelas suas boas relações com Moscovo.

Há 14 meses no cargo, há muito que circulavam rumores sobre a eventual saída de Tillerson. Para além das trocas de palavras mais duras - em outubro de 2017 Tillerson terá chamado Trump de "imbecil", e Trump desafiou Tillerson para um teste de QI - o secretário de Estado tem sido criticado pela forma como desempenhou o cargo, bem como os cortes que implementou no departamento que lidera.

O último motivo de fricção terá sido a anuência para um encontro entre Donald Trump e Kim Jong-Un, depois de Trump, em outubro de 2017, ter criticado no Twitter o seu secretário de Estado por estabelecer relações de diálogo com a Coreia do Norte. “Com a Coreia do Norte só funciona uma coisa", disse então o líder norte-americano no Twitter.

Para o lugar de Tillerson segue Mike Pompeo, um ex-congressista do estado do Kansas e da ala mais conservadora do Partido Republicano. É fortemente contra o acordo nuclear com o Irão, tendo defendido, no Twitter, que é necessário reverter o entendimento “desastroso com o maior patrocinador mundial do terrorismo”.

Pompeo integrou a comissão que investigou o ataque à embaixada norte-americana em Benghazi, na Líbia, em 2012, tendo tecido duras críticas a Hillary Clinton, durante a campanha eleitoral de 2016.

Uma demissão no Twitter?

Apesar do anúncio público, parece, no entanto, que o próprio Rex Tillerson soube da sua demissão através do Twitter.

Em declarações ao jornal "Washington Post", o porta-voz do agora ex-secretário de Estado fez saber que Donald Trump não terá falado com ele.

"O secretário tinha toda a vontade de ficar por causa do progresso importante feito na segurança nacional e outras áreas", disse Steve Goldstein.

"O secretário não falou com o Presidente e não tem conhecimento da razão. Está grato pela oportunidade de servir, e acredita firmemente que o serviço público é um nobre chamamento", disse o porta-voz do Departamento de Estado.

O fim dos moderados

Para José Alberto Lemos, correspondente da Renascença nos Estados Unidos, a decisão de Trump afastar Rex Tillerson é mais um sinal da vontade do Presidente dos Estados Unidos de afastar um conjunto de personalidades mais moderadas.

"Rex Tillerson é um homem que veio do mundo dos negócios, com imensa experiência de gestão do mundo. O que acontece aqui é que o Rex Tillerson pertencia a um pequeno grupo da administração de homens sensatos, que não reagem por impulso, são relacionais e que sabem lidar com os restantes líderes do mundo."

O correspondente da Renascença entende que a fricção pública entre Trump e Tillerson era já um sinal de que, "no fundo, os moderados têm a ideia que Trump é um idiota que reage por impulso e não tem credibilidade internacional".

Comentários
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  • António Costa
    14 mar, 2018 Cacém 06:10
    A "Guerra Morna" entre o Irão e a Arábia Saudita, continua a fazer vitimas. Nas "altas esferas" e no terrenos de batalha, dos quais o mais conhecido é a devastadora guerra civil síria. O Irão esta por detrás do Hezbollah, muito ativo no Líbano e apoiante do presidente sírio, Bashar Hafez al-Assad. Mike Pompeo considerou o Irão "o maior patrocinador mundial do terrorismo". Já ficamos a saber que os patrocinadores dos grupos extremistas sunitas, não são os maiores patrocinadores do terrorismo mundial. A sensação de impunidade de que, durante anos, gozou o "Estado Islâmico" esta explicada. Os EUA "colaram-se" ao terrorismo internacional, ao lado dos movimentos extremistas sunitas, contra os xiitas do Hezbolah e do Irão. E evidentemente, Putin apoia o Irão. Uma grande "salada russa" na politica internacional.
  • JMC
    13 mar, 2018 USA 15:09
    Como eu já disse várias vezes neste fórum, estão a cair como moscas. Já não temos um governo estável aqui nos EUA; é triste ver a nova divisão entre pessoas, causado pelo "Divisor-em-Chefe."

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