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Ex-Presidente do Brasil espera que morte de Marielle seja início do fim da violência

19 mar, 2018 - 16:04

“Aquele assassinato é uma violência inaceitável, foi uma execução”, lamenta Fernando Henrique Cardoso, que está de visita a Lisboa.

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O assassinato da vereadora e ativista Marielle Franco foi uma “execução inaceitável”, que provocou repulsa da sociedade e que levará à contenção da violência no Brasil, afirma o ex-Presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso.

“Aquele assassinato é uma violência inaceitável, foi uma execução, praticamente, pelos detalhes que a imprensa publicou, mas o que é mais lamentável é que há muitas mortes que ocorrem todos os dias em função da violência, do crime organizado e, por vezes, da própria incompetência das administrações em fazer frente a isso”, declarou esta segunda-feira Fernando Henrique Cardoso, que está de visita a Lisboa.

O antigo Presidente do Brasil espera que a morte de Marielle Franco seja um ponto de mudança na sociedade brasileira.

“Desta vez, acho que houve uma repulsa tão grande da sociedade que o tema vai passar a ser tomado mais rotineiramente em consideração. É essa a minha expetativa, que não seja só uma manifestação de repúdio, mas seja também o começo de uma arrancada para uma sociedade onde a violência possa ser contida.”

Questionado se a violência está ligada ao poder político, Fernando Henrique Cardoso responde que no início de tudo está a corrupção.

“A violência está na rua, mas ela tem ligação. Não é que tenha ligação com o poder político, mas com a corrupção tem. Corrupção da polícia, do poder político. Tudo isso criou um clima de desorganização. Esse clima tem de acabar e o fim dele depende de muitas ações e decisões que dizem respeito a todos nós, sobretudo aos que têm algum peso na liderança do Brasil”, defende o antigo chefe de Estado.

Para Fernando Henrique Cardoso, o Brasil é ainda uma democracia credível, porque a violência ainda não contaminou a democracia do país.

“O Brasil é um país onde há liberdade, eleições, justiça a funcionar, manifestações de rua e onde há violência. A violência não chegou a contaminar o funcionamento da democracia, mas a democracia tem que se preservar e, ao se preservar, dar paz social. Isso é um processo, nas não houve nada no que diz respeito às instituições. As instituições, se não era boas, não ficaram piores por isso”, argumentou o antigo Presidente, à margem de uma reunião do Conselho de Curadores do Centro Clínico Champalimaud, em Lisboa.

O que sabemos sobre a morte de Marielle Franco
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  • Dinos
    19 mar, 2018 21:56
    Um dia cheguei a admirar esse senhor, acreditava ser um presidente a altura do Brasil, mas! Então é preciso ser um político executado, pra que se diga que é inacreditável esse tipo de violência? E os outros milhares que são executados, todos os dias, essa já é uma violência normal e cotidiana? Temos que ter coerência, não se pode fazer um alarde em volta dessa execução, como a isso fosse algo que não acontece no Brasil. Admira-me as frases, os protestos, e e como se disessemos, Você aí vale 1000, você aqui vale 4, e você que é político, vale mais que todos. Dizem que o Brasil está em choque, choque do que? Choque deve estar sim, a família dessa senhora, isso é natural e normal, era uma pessoa por eles amada, agora dizer o Brasil esta em choque, ja e demais. Morre mais gente por dia no Brasil, do que na Síria. Vamos acordar.

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