21 mar, 2018 - 20:12
O antigo Presidente francês foi formalmente acusado dos crimes de financiamento ilegal de campanha eleitoral, corrupção passiva e encobrimento de fundos públicos da Líbia, avança o jornal “Le Monde”.
Depois de dois dias de interrogatório na sede da Polícia Judiciária em Nanterre, Nicolas Sarkozy ficará sob “supervisão judicial” enquanto decorrer o processo.
O processo judicial teve origem num documento líbio, publicado em maio de 2012 no 'site' de informação "Médiapart", no qual é revelado que o ex-chefe de Estado francês teria recebido dinheiro do antigo líder líbio Muammar Kadafi.
Em novembro de 2016, o empresário e intermediário Ziad Takieddine afirmou ter recebido cinco milhões de euros em dinheiro entre o final de 2006 e início de 2007, de Tripoli para Paris, que entregou a Claude Géant e Nicolas Sarkozy.
A Justiça francesa recuperou a agenda do ministro do Petróleo de Kadafi, Choukri Ghanem, que morreu em 2012 em circunstâncias pouco claras, onde os pagamentos de dinheiro a Sarkozy eram mencionados.
Um ex-colaborador do líder líbio que estava encarregue das relações com a França, Bechir Saleh, também assegurou ao "Le Monde" que Kadafi disse que "ele havia financiado Sarkozy".
Sarkozy sempre negou as acusações, classificando-as de "manipulação e crueldade".
Foi eleito o 23.º Presidente e ocupou o Eliseu entre 2007 e 2012. Durante o seu mandado baixou os impostos dos ricos, valendo-lhe a alcunha de Presidente 'bling-bling’, flexibilizou a legislação laboral para diluir as 35 horas semanais instituídas por um anterior Governo socialista e promoveu uma reforma nas pensões para aumentar a idade dos 60 para os 62 anos até 2018.