28 mar, 2018 - 14:23
Cronologia interativa: O que sabemos sobre o caso Skripal
O Ministério russo dos Negócios Estrangeiros da Rússia diz que tem indicações de que foram os serviços secretos britânicos que tentaram matar o agente Sergei Skripal. Devolvendo assim a Londres a acusação feita por esta a Moscovo.
Skripal, um ex-agente russo que desertou para o Reino Unido nos anos 90, foi envenenado com uma arma química de fabrico soviético e encontra-se hospitalizado em estado grave, juntamente com a sua filha.
Moscovo nega qualquer envolvimento e exige agora que o governo britânico apresente provas do não envolvimento de espiões britânicos no ataque, recordando que Skripal e a sua filha são russos. A Rússia afirma que, caso não sejam apresentadas provas, considerará este caso como um ataque contra cidadãos russos.
Em resposta a este caso o Reino Unido expulsou dezenas de diplomatas russos e perto de 30 outros países, europeus e não só, procederam também à expulsão de diplomatas, embora em número menor. Os Estados Unidos anunciaram a expulsão de 60. Ao todo são mais de cem os diplomatas que regressam a Moscovo no meio desta polémica.
Portugal não seguiu o exemplo dos seus aliados tradicionais, mas o Ministério dos Negócios Estrangeiros chamou o embaixador português em Moscovo para conversações em Lisboa, um gesto que Marcelo Rebelo de Sousa descreve como um “sinal forte” para a Rússia. Já o PSD critica o que considera ser falta de solidariedade de Lisboa com o Reino Unido.
Risco de regresso à Guerra Fria
O embaixador da Rússia na Austrália teme que a crise entre a Rússia e os países que tomaram a parte do Reino Unido pode atirar o mundo de volta para uma situação de Guerra Fria.
“O Ocidente tem de compreender que a campanha anti-Rússia não tem futuro. Se isto continuar, entraremos numa situação profunda de Guerra Fria”, disse Grigory Logvinov.
Já a embaixadora russa na Indonésia foi um passo mais à frente, dizendo que poderia seguir-se uma “Guerra Gelada”, ou pior. “O que é que é pior que uma guerra gelada? Uma guerra quente. É isso que queremos? Posso-vos dizer que da parte da Rússia não queremos de certeza, porque se tivermos em conta a quantidade de armas nucleares acumuladas no nosso país, esse tipo de desenvolvimento pode ser fatal para o planeta.”