30 mar, 2018 - 14:48
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Donald Trump anunciou esta sexta-feira que os militares americanos na Síria vão sair do país “muito em breve”.
O Presidente disse, num evento em Ohio, que o combate contra o Estado Islâmico está a correr muito bem e que daqui a muito pouco tempo os militares que estão no terreno regressarão aos Estados Unidos.
Mas Trump não anunciou nem data, nem plano e os aliados dos americanos no terreno admitem que não sabem de nada.
Kino Gabriel, porta-voz das Forças Democráticas da Síria (FDS), a milícia que tem conduzido as operações contra o Estado Islâmico no terreno ao longo dos últimos três anos, com o apoio logístico e aéreo da coligação internacional liderada pelos Estados Unidos, diz que as palavras de Trump são “pouco claras”, tendo em conta que “a nossa colaboração com a coligação se mantém, no âmbito do programa de apoio e das operações conjuntas”.
O porta-voz diz que os seus contactos com outros oficiais americanos não permitem confirmar nem desmentir as palavras do Presidente americano e a própria porta-voz do Departamento de Estado americano admite que não tem conhecimento de qualquer plano de retirada.
É possível que Trump se estivesse a referir a uma retirada apenas quando for derrotado o Estado Islâmico, mas se é verdade que o grupo jihadista que chegou a controlar um terço da Síria e do Iraque já está reduzido a apenas dois territórios perto do Rio Eufrates, também o é que a ofensiva aliada tem perdido força nas últimas forças, com os soldados das FDS a serem deslocados para a região da fronteira com a Turquia, onde está em curso uma ofensiva turca contra o território ocupado pelas Forças Democráticas, que Ancara acusa de serem um grupo terrorista.
Ao invés de Trump, o Presidente de França, Emmanuel Macron, disse esta sexta-feira que está disposto a reforçar a aliança com as FDS para vencer o Estado Islâmico. A Turquia reagiu de forma agressiva, dizendo que quem se aliar aos terroristas será também tratado como terrorista.