06 abr, 2018 - 11:27
Poucas horas depois de conhecer o decreto que determina a sua prisão, Lula da Silva reagiu. Considera “absurda”, a decisão do juiz Sérgio Moro, e garante estar tranquilo. As palavras são relatadas pelo jornalista brasileiro Kennedy Alencar, que falou com Lula enquanto este seguia no carro rumo à sede do Sindicato dos Metalúrgicos, onde esteve reunido com militantes do PT.
“No entender dele, [o juiz Sérgio] Moro não respeitou a conclusão do julgamento”, conta Kennedy Alencar. “O sonho de consumo desse pessoal e do Moro é me manter pelo menos um dia preso na cadeia. O Moro aposta na radicalização mas eu estou calmo, estou sereno e vou aguardar as orientações do meu advogado”, acrescenta Kennedy, citando Lula da Silva.
O ex-presidente do Brasil foi condenado em segunda instância a 12 anos e 1 mês de prisão (por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no chamado caso triplex) e ontem o Supremo Tribunal Federal ter chumbado o habeas corpus.
A defesa de Lula tem até 10 de abril para interpor um novo recurso, mas o juiz Moro deu até às 17h00 [21h00 em Portugal] desta sexta-feira para Lula se apresentar.
Lula deve entregar-se à justiça
Na opinião de Giuliana Miranda, do jornal Folha de S. Paulo, é provável que Lula da Silva se entregue à justiça brasileira esta sexta-feira, até porque o próprio sempre disse que iria cumprir a lei. “A tese do partido é que o Lula é um preso político. E se é um preso político, teoricamente não teria que se envergonhar”, argumenta.
Em declarações à Renascença, a jornalista diz acreditar que tanto Lula da Silva, como o próprio PT vão querer levar a candidatura à presidência do Brasil até onde puderem. “Apesar das condenações, Lula lidera todas as sondagens e intenções de voto. O que se acredita é que o PT vai tentar arrastar a candidatura dele o máximo possível”
Giuliana Miranda admite que, mesmo preso, Lula vai explorar a sua candidatura, de forma a garantir mais votos para o PT. “No final ele pode dizer, ‘já que não consigo ser candidato porque estou preso, vou indicar um candidato’. E aí, as pessoas votam, porque ele tem um poder de transferência de voto muito grande”, explica Giuliana, lembrando que o apoio de Lula da Silva foi fundamental para a eleição de Dilma Rousseff.