08 abr, 2018 - 11:25
Um juiz brasileiro proibiu protestos e acampamentos nas imediações da sede da Polícia Federal (PF) em Curitiba, onde o ex-Presidente Lula da Silva começou a cumprir uma pena de 12 anos e um mês de prisão.
Segundo fontes oficiais, a decisão foi tomada na noite de sábado no pelo juiz Ernani Mendes Silva Filho, após constatar a “concentração de pessoas e movimentos que podem causar perturbações aos residentes” e causar problemas à segurança.
Centenas de pessoas, contra e a favor da prisão do ex-chefe de Estado, concentraram-se nos arredores do edifício da Polícia Federal num clima de tensão que obrigou ao estabelecimento de um cordão policial de 30 metros para separar as duas fações.
Na decisão, o magistrado judicial proibiu a entrada de pessoas e viaturas não autorizadas nas ruas próximas da zona do edifício onde Lula da Silva está preso, para “garantir a segurança da população” e “evitar acontecimentos violentos”.
No auto, o juiz proíbe igualmente a montagem de estruturas e acampamentos nas ruas e praças da cidade sem prévia autorização municipal.
Entretanto, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a maior central sindical do Brasil, emitiu uma nota no seu site com orientações para que as suas estruturas desenvolvam imediatamente várias ações na sequência da “prisão política do companheiro Lula”.
Entre as ações está o “total apoio à vigília permanente em frente” ao prédio da Polícia Federal em Curitiba, indicando que “serão necessárias barracas, alimentação e infraestrutura”.
Luiz Inácio Lula da Silva, 72 anos, foi o 35.º Presidente do Brasil (2003-2011) e é o primeiro ex-chefe de Estado condenado por um crime comum.
Sempre se declarou inocente e, em março, considerou mesmo que a sua prisão era “a maior barbárie” jurídica na história do Brasil, porque seria o “primeiro preso político do país no século XXI”.
Foi considerado culpado do crime de corrupção e branqueamento de capitais, por ter alegadamente recebido um apartamento de luxo na cidade do litoral do Guarujá como suborno da construtora OAS, uma das empresas envolvidas nos escândalos da Operação Lava Jato.