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Vacinas. Bruxelas quer programa comum até 2020

26 abr, 2018 - 12:31

Comissão Europeia apela a uma maior cooperação contra doenças evitáveis. “A vacinação é uma das medidas de saúde pública mais poderosas e eficazes do século XX”, diz o comissário para a Saúde e Segurança dos Alimentos.

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A Comissão Europeia apresentou esta quinta-feira um conjunto de 20 recomendações que inclui o desenvolvimento e aplicação de planos de vacinação ao nível nacional e/ou regional até 2020 e uma meta mínima de cobertura da vacinação contra o sarampo de 95%.

A proposta centra-se em três grandes pilares de ação: 1. combater a hesitação em vacinar e melhorar a cobertura vacinal; 2. políticas de vacinação sustentáveis na UE; e 3. coordenação e contribuição da UE para a saúde mundial.

Bruxelas apela à realização de 20 ações, quer por parte da própria Comissão quer dos Estados-membros. Entre elas:

  • Introduzir controlos de rotina do estatuto vacinal e oportunidades regulares de vacinação em diferentes fases da vida – por exemplo, nas escolas e nos locais de trabalho;
  • Apresentar opções para um cartão de vacinação comum que pode ser partilhado por via eletrónica além-fronteiras;
  • Criar um portal europeu de informações sobre a vacinação até 2019, para fornecer elementos de prova objetivos, transparentes e atualizados sobre os benefícios e a segurança das vacinas;
  • Atenuar os riscos de escassez, desenvolvendo um repositório de dados virtual da UE com informações sobre as reservas existentes e as necessidades em termos de vacinas, a fim de facilitar o intercâmbio voluntário de informações sobre as existências disponíveis e as faltas de vacinas essenciais;
  • Dotar todos os profissionais de saúde da formação necessária para proceder com confiança à vacinação e lidar com comportamentos de hesitação;
  • Convocar uma coligação para a vacinação para reunir as associações europeias de profissionais de saúde, bem como associações de estudantes relevantes neste domínio, com vista a prestar informações exatas ao público, combater os mitos e partilhar boas práticas;
  • Estabelecer um sistema europeu de partilha de informações para recolher conhecimentos e desenvolver orientações para um programa central de vacinação na UE até 2020, com doses e idades que os Estados-Membros da UE concordem que são comuns a todos os países;
  • Reforçar as parcerias e a colaboração em matéria de vacinação com os parceiros internacionais.

Isto, além dos planos de vacinação até 2020 e da meta para o sarampo.

De acordo com os dados mais recentes recolhidos pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças, os casos de sarampo continuam a aumentar em alguns países da UE, nomeadamente em Portugal, e do Espaço Económico Europeu.

Entre 1 de março de 2017 e 28 de fevereiro de 2018 (12 meses), foram comunicados 14.813 casos de sarampo pelo Sistema Europeu de Vigilância, dos quais 86% não tinham sido vacinados.

O Centro Europeu estima ainda que, todos os anos, morrem pelo menos 40 mil pessoas de gripe, em parte devido à baixa cobertura vacinal.

Um dos instrumentos mais poderosos

“A vacinação é uma das medidas de saúde pública mais poderosas e eficazes em termos de custos desenvolvidas no século XX. Como médico, é desanimador ver crianças a morrer devido à fraca adesão à vacinação, à hesitação em vacinar ou à escassez de vacinas”, refere o comissário Saúde e Segurança dos Alimentos no comunicado enviado às redações.

“As doenças infecciosas não estão confinadas às fronteiras nacionais. A falta de imunização num Estado-membro coloca em risco a saúde e a segurança dos cidadãos em toda a UE. A cooperação neste domínio é do interesse de todos. Protejamos os nossos filhos, vacinemo-los!”, apelou ainda Vytenis Andriukaitis.

O mesmo comunicado destaca que a vacinação salva entre 1 e 3 milhões de vidas por ano em todo o mundo e, segundo a Organização Mundial da Saúde, as vacinas salvarão mais 25 milhões de vidas na próxima década.

Mas a insuficiente cobertura vacinal tem provocado, em vários países da EU, surtos de sarampo sem precedentes e um reaparecimento de outras doenças que podem ser prevenidas pelas vacinas, pelo que continuam a morrer crianças e adultos na UE devido a estas doenças, lê-se ainda no documento.

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