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É oficial. Este ano não há Nobel da Literatura

04 mai, 2018 - 08:11

Decisão surge após acusações de assédio sexual e fugas de informação que envolvem o marido de uma escritora que integrava a Academia Sueca.

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A Academia Sueca anuncia que o Nobel da Literatura de 2018 não vai ser atribuído. O prémio é adiado para 2019, ano em que serão entregues dois prémios, um dos quais referentes a 2018.

A suspensão do prémio está relacionada com uma crise interna na Academia Sueca, provocada por alegações de abusos sexuais e fugas de informação.

O escândalo remonta a novembro de 2017, quando 18 mulheres acusaram o dramaturgo francês Jean-Claude Arnault de abusos e agressões sexuais. Arnault está ligado à academia através do seu clube literário e é marido de um dos membros, Katarina Frosenson.

A Fundação Nobel manifesta apoio à decisão da Academia Sueca e recorda que esta não é a primeira vez que um prémio é adiado. “Uma das circunstâncias que pode justificar uma exceção é quando a situação da instituição que atribui o prémio é tão grave que uma decisão de prémio não será percebida como credível”, pode ler-se no comunicado da Fundação Nobel.

A academia cortou todas as ligações com Arnault e pediu uma auditoria independente sobre as suas relações com a instituição.

O relatório da auditoria já foi revelado e conclui que Arnault não terá influenciado decisões sobre prémios e subsídios. Porém, o apoio económico que recebeu terá violado as regras de imparcialidade, uma vez que a sua mulher é também co-proprietária da empresa que geria o clube literário. O relatório confirma ainda que, por diversas ocasiões, foi violada a confidencialidade sobre o vencedor do Nobel.

O caso já levou à demissão de vários membros da academia, entre as quais Katarina Frostenson. Os membros da academia estão designados de forma vitalícia e não podem renunciar, mas podem optar por não participar de suas reuniões e decisões.

Perante esta vaga de renúncias, o rei da Suécia, que é o principal responsável pela Academia, já concordou em modificar os estatutos, de forma a permitir que os membros renunciem e sejam substituídos, assegurando assim a sobrevivência da instituição.

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