14 mai, 2018 - 14:45
A repercussão mediática do casamento do príncipe Harry com a atriz norte-americana Meghan Markle faz-se sentir em todo o mundo. Mais de cinco mil jornalistas e técnicos estão registados para fazer a cobertura do evento, a 19 de maio, no castelo de Windsor. Só fotógrafos serão mais de 160 e os canais de televisão presentes chegam quase às oito dezenas.
No último mês, o tema foi abordado praticamente todos os dias nos jornais britânicos e norte-americanos. Nas televisões, foram transmitidos inúmeros documentários sobre o casal e reportagens especiais sobre o grande dia.
Porém, os estudos de opinião sugerem que o interesse mediático do casamento não é partilhado pela maioria dos britânicos. De acordo com a agência Reuters, uma sondagem feita pela empresa britânica Opinium Research mostra que apenas 38% dos cidadãos do Reino Unido planeia acompanhar a cerimónia na televisão. Mais de metade - 53% - não pretende sequer assistir ao casamento.
Mas há um fator extra a considerar: a data coincide com a final da Taça de Inglaterra, entre o Chelsea e o Manchester United, pelo que muitos adeptos do futebol estarão mais focados no jogo do que no casamento real.
Menos festas nas ruas
Aparentemente, Harry e Meghan não despertam o mesmo interesse que William e Kate. O casamento do filho mais velho de Carlos e Diana, em 2011, terá sido visto por cerca de dois mil milhões em todo o mundo. Um pouco menos do que os 2,5 mil milhões que assistiram ao funeral da princesa Diana, em 1997.
As datas festivas para a realeza são habitualmente aproveitadas pelo comum dos britânicos para reunir os amigos, conviver e celebrar. Contudo, prevê-se que também desta vez o número de festas nas ruas e nos pubs seja inferior ao de 2011. Por exemplo, no condado de Hertfordshire, conhecido por ser a capital das festas de rua no Reino Unido, foram realizados quase 300 eventos aquando do casamento de William e Kate. Desta vez, estão apenas previstos 56.
O entusiasmo deverá crescer à medida que se aproxima o dia do casamento, prevê o historiador Hugo Vickers, que se dedica à história da família real. “Acho que os britânicos são contidos na forma como respondem às coisas. Penso que veremos muita excitação no dia”, afirma, em entrevista à agência Reuters.
“Nem sei quando é o casamento”
Apesar das figuras dos noivos decorarem as montras de inúmeras lojas, pastelarias e restaurantes, há quem consiga passar ao lado do evento. “Acho que não é significante”, diz Ben Tindle, de 33 anos, à agência Reuters. “A família real, pessoas que nascem ricas, acho que não é necessária nos nossos dias. Nem sei quando é o casamento”.
Mais perto do local da festa, o Castelo de Windsor, o ambiente é diferente. Sentado num bar, Chris Partington, de 34 anos, congratula-se com a promoção feita à cidade. “Faz parte da cultura britânica. Fala-se muito deste sítio, acho que isso é brilhante”, conta à Reuters. “A história, o turismo, os negócios, se não fosse o castelo de Windsor, a cidade estaria morta”, acrescenta Shaun Gill, 39 anos, outro cliente do bar.
Embora este casamento pareça despertar menos interesse do que outros eventos reais, os britânicos continuam a apoiar a família real. O estudo de opinião da Opinium Research mostra que mais de 60% são favoráveis à continuação da monarquia no país. Os príncipes William e Harry são os mais populares. Mais de 70% dos inquiridos tem opinião positiva sobre ambos.