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Irão faz seis exigências à Europa para manter acordo nuclear

24 mai, 2018 - 13:01

Aiatola Khamenei ameaça retomar atividades nucleares se Alemanha, Reino Unido e França não cumprirem as condições.

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O líder supremo do Irão, o aiatola Ali Khamenei, apresentou esta quinta-feira uma lista de exigências à Europa, em particular aos três países do continente signatários do acordo nuclear assinado em 2015 (JCPOA), para permanecer nesse acordo após os Estados Unidos o terem abandonado.

Mencionando que a economia do Irão "não pode ser resolvida" pelos europeus, dias depois de a administração Trump ter ameaçado arruinar os pilares económicos do país com uma nova ronda de sanções, Khamenei enfatizou que Teerão já está a sofrer com o rasgar do acordo pelo Presidente norte-americano.

"Há muitas provas, algumas empresas europeias já saíram [do país], algumas estão no processo de saída ou dizem que não sabem se vão continuar. Os líderes dos países europeus estão a dizer coisas diferentes. A nossa economia não pode depender do JCPOA e dos europeus. Estes três países [Alemanha, Reino Unido e França] fizeram o contrário do que prometeram há 13 ou 14 anos. Nas negociações nucleares [de 2015], fizeram promessas e prometeram cumpri-las, portanto agora devem provar que, desta vez, não vão repetir as mesmas mentiras e prevaricações."

No mesmo discurso, o aiatola condenou o facto de a Europa "nada ter dito" nos últimos dois anos face às "violações" do acordo cometidas pelos EUA, e sublinhou que os europeus devem "compensar esse silêncio". Nesse contexto, apresentou seis exigências para continuar a respeitar o JCPOA, o que Khamenei classifica como "garantias concretas" para manter o acordo nuclear em vigor.

"Os europeus devem compensar o Irão pelas perdas na venda de petróleo"

Eis a lista de condições apresentadas pelo aiatola iraniano:

1. Os EUA rejeitaram a resolução 2231 e a Europa tem de emitir uma resolução a condenar essa violação;

2. A Europa tem de prometer não levantar questões sobre os mísseis nem sobre os assuntos regionais da República Islâmica;

3. A Europa deve posicionar-se explicitamente contra as sanções dos EUA [contra Teerão];

4. A Europa deve garantir que o petróleo do Irão vai ser completamente vendido. Se os EUA danificarem a venda do nosso petróleo, devemos ter capacidades para vender quanto petróleo quisermos. Os europeus devem garantir que nos compensam por essas perdas e que compram petróleo ao Irão;

5. Os bancos europeus devem manter a garantir as transações com a República Islâmica. Não temos quaisquer conflitos com estes três países mas, por causa da experiência anterior, também não confiamos neles;

6. Se os europeus demorarem a cumprir as nossas exigências, o Irão tem o direito de retomar as suas atividades nucleares. Se virmos que o JCPOA foi inútil, o único caminho será retomar as atividades que foram suspensas.

A finalizar as declarações, Khamenei deu destaque ao "verdadeiro inimigo" do Irão. "O nosso inimigo está na sala da guerra do Departamento do Tesouro [dos EUA], e não no Ministério da Defesa. Da mesma forma, a entidade que vai enfrentar a malevolência deste inimigo deve estar no centro económico do governo [iraniano] e o Ministério dos Negócios Estrangeiros deve cooperar [nestes esforços]."

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