25 mai, 2018 - 14:42
O "Los Angeles Times", o "Chicago Tribune" e outros sites de notícias norte-americanos estão esta sexta-feira em baixo em quase toda a Europa por causa do novo Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD), um pacote de medidas para proteger os utilizadores europeus na internet, que entrou hoje em vigor em todo o território da União Europeia.
A explicar a impossibilidade de acesso ao site deste lado do Atlântico, o "LA Times" publicou o seguinte comunicado na sua página de internet: "Infelizmente, o nosso website está inacessível em quase todos os países europeus. Estamos a par disto e empenhados em avaliar as opções de ofertas digitais no mercado da UE. Vamos continuar a identificar soluções de cumprimento técnico que permitam a todos os leitores acederem ao nosso jornalismo prestigiado."
O mesmo tipo de comunicado apareceu numa série de websites de informação detidos pela empresa Tronc, entre eles o "Chicago Tribune", o "Baltimore Sun" e o "Orlando Sentinel".
Outras empresas de media decidiram seguir uma abordagem diferente da da Tronc, caso do USA Today, por exemplo. Os leitores europeus deste site têm a opção de aceder a uma versão reduzida sem qualquer espaço publicitário, sendo recebidos por um aviso no topo da página a dar-lhes as boas-vindas à "Experiência da Rede na União Europeia".
Clicando nesse aviso, os europeus podem ler o resto do comunicado, onde a empresa acrescenta: "Parece que está a tentar visitar-nos de uma localização na União Europeia. Vamos encaminhá-lo para a nossa Experiência da UE."
O USA Today também sublinha que não recolhe "informação pessoal identificável nem identificadores permanentes", nem "proporciona uma experiência personalizada, não rastreia nem monitoriza pessoas razoavelmente identificáveis que visitam o nosso site a partir da União Europeia".
Em que consiste a nova Lei de Proteção de Dados da UE?
Aprovado pelo Parlamento Europeu a 27 de abril de 2016, o RGPD surge para proteger a privacidade dos cidadãos europeus na internet, numa altura em que a maioria dos sites, aplicações e outros recolhem os dados dos seus utilizadores de forma massiva, muitas vezes vendendo-os a outras empresas.
O regulamento vem substituir a diretiva e lei de proteção de dados pessoais que estava em vigor até agora no bloco europeu, uma que datava de 1995.
Dividido por 10 áreas de atuação, aplica-se a todas as empresas, organizações e indivíduos que façam tratamento de dados pessoais dentro da U – desde as microempresas às grandes multinacionais (mesmo que não estejam sediadas na Europa), tanto do setor público como do privado.