28 mai, 2018 - 11:41
O Presidente italiano convocou, esta segunda-feira, Carlo Cottarelli, ex-diretor do Fundo Monetário Internacional, provavelmente para o encarregar de formar um governo tecnocrata.
O encontro em Roma começou às 11h30 (9h30 em Lisboa) e, apesar de oficialmente a Presidência não ter difundido o caráter da reunião, a imprensa italiana refere que o economista pode vir a ser apontado para a formação de um governo tecnocrata que “conduza os assuntos urgentes do país” até à realização de novas eleições.
A decisão de Sergio Mattarella de se reunir com Carlo Cottarelli (64 anos) acontece um dia depois de ter recusado assinar a lista de ministros do Governo de coligação entre a Liga Norte e o Movimento 5 Estrelas.
Da coligação faz parte Paolo Savona, de 81 anos, eurocético e crítico da moeda única, que tinha sido proposto para o cargo de ministro da Economia.
Carlo Cotarelli é atualmente diretor do Observatório das Contas Públicas da Universidade Católica de Milão e foi diretor do Departamento de Assuntos Fiscais do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Em 2013, o então chefe do Governo, Enrico Letta, nomeou Cotarelli comissária para a implementação de um plano de redução dos gastos públicos, cargo que manteve até à tomada de posse de Matteo Renzi como primeiro-ministro.
Cottarelli é um dos economistas mais críticos das propostas económicas do programa de governo acordado entre a Liga Norte e o Movimento 5 Estrelas.
No domingo, o jurista Giuseppe Conte desistiu de formar Governo em Itália. Tinha sido escolhido pelo Movimento 5 Estrelas e o partido Liga (os dois partidos que vão formar Governo), mas tem estado sob polémica devido a dúvidas com o seu currículo e por alegadas ligações ao “caso Stamina”, uma fraude médica em que participou indiretamente como advogado.
Sergio Mattarella disse que iria ponderar o que fazer no futuro e anunciou ter convocado Carlo Cottarelli para uma reunião, esta segunda-feira. Em aberto está a possibilidade de avançar para novas eleições ou a formação de um Governo de iniciativa presidencial.