28 mai, 2018 - 17:21
O mundo deverá gerar 53,9 milhões de toneladas de resíduos eletrónicos em 2025, caso o crescimento atual desse material continue a ser de 3% ao ano.
O aviso é feito num relatório do Gabinete Internacional de Reciclagem, que agrega empresas de reciclagem de 70 países, divulgado esta segunda-feira em Barcelona no início da Cimeira Mundial da Reciclagem.
No documento, assinala-se que é provável que o aumento mais rápido da acumulação deste lixo se registe na região Ásia-Pacífico, onde está previsto que os resíduos eletrónicos passem dos 3,6 quilos por habitante registados em 2016 para 5 quilos por habitante dentro de sete anos.
Intitulado "Estatísticas sobre o crescimento nacional de resíduos eletrónicos e o movimento de lixo eletrónico entre países", o relatório foi compilado por uma equipa de especialistas da Universidade de Harokopio, em Atenas.
Com base em dados de 180 países, os especialistas sublinham que a produção mundial de lixo eletrónico "aumentou mais de 30% em menos de uma década" e alertam que o aumento da população vai levar a que a produção de resíduos por cada pessoa aumente cerca de 20% em todo o mundo, passando dos 5,6 quilos para os 6,7 quilos por habitante ao ano.
A cimeira em que o relatório foi hoje apresentado vai estar a decorrer até quarta-feira e conta com a presença de quase mil empresas de mais de 70 países.
O que está em causa?
Mesmo quando é reciclado, cerca de 30% de todo o material eletrónico usado não pode ser recuperado, o que representa um dos grandes desafios que se enfrentam atualmente neste contexto.
No ano passado, a ONU já tinha alertado para os riscos encerrados na nossa vida tecnológica, num relatório produzido em parceria com o Sindicato Internacional de Telecomunicações e a Associação Internacional de Resíduos Sólidos.
Em "The Global E-waste Monitor - 2017", as três instituições avisavam que, só no ano anterior, houve quase 49 milhões de novas toneladas de lixo eletrónico a serem produzidas, um peso equivalente ao de quase 25 milhões de carros de passageiros.
Apesar de o nosso lixo eletrónico conter milhares de milhões de euros de metais preciosos e outras componentes valiosas, apenas 20% foi oficialmente rastreado e reciclado de forma apropriada em 2016. O resto não foi documentado e grande parte provavelmente foi parar a aterros de forma imprópria, o que eleva problemas graves para a saúde humana e o ambiente.
Quando estes produtos não são descartados da forma correta de cada vez que um telemóvel deixa de funcionar ou que queremos comprar um novo modelo e deitar o antigo para o lixo, existe o risco de, por exemplo, pegarem fogo ao ar livre ou libertarem componentes tóxicas perigosas para quem lida com este lixo e perigosas para o meio ambiente.