10 jun, 2018 - 18:38
O novo Governo de Itália não autoriza a entrada nos seus portos de um barco humanitário com 629 migrantes a bordo.
As autoridades italianas pediram a Malta que receba o navio "Aquarius", da organização SOS Mediterrâneo, mas o executivo de La Valeta também já disse que “não”.
Malta diz que não tem nada a ver com a operação de salvamento em causa.
A situação abre um diferendo entre dois países da União Europeia.
Il soccorso di 2 gommoni è diventato critico quando una delle imbarcazioni ha ceduto lasciando 40 persone in acqua. Dopo aver tratto in salvo tutti i 229 naufraghi #Aquarius ha accolto a bordo +400 persone soccorse in precedenza da Marina e Guardia costiera italiane e mercantili. pic.twitter.com/Ii0jVndpOz
— SOS MEDITERRANEE ITA (@SOSMedItalia) 10 de junho de 2018
A decisão de rejeitar o navio com migrantes foi tomada pelo novo ministro do Interior de Itália, Matteo Salvini, que é também o líder da Liga, um partido de extrema-direita.
"Malta não recebe ninguém. França empurra as pessoas de volta para a fronteira, Espanha defende as suas fronteiras com armas. A partir de agora, Itália também vai começar a dizer não a otráfico humano, a dizer não ao negócio da imigração ilegal", escreveu Salvini nas redes sociais.
"O meu objetivo é garantir uma vida pacífica para estes jovens em África e para as nossas crianças em Itália", referiu o ministro italiano, utilizando a hashtag "Estamos a fechar os portos".
No entanto, Matteo Salvini não tem autoridade sobre os portos e a decisão está a causar divisões dentro de Itália.
O presidente da Câmara de Nápoles, que tem criticado o líder da Liga, garantiu que o navio humanitário será bem-vindo.
"Nápoles está pronta, sem fundos, para salvar vidas", declarou o autarca da cidade do Sul de Itália.
De acordo com a organização humanitária SOS Mediterrâneo, a bordo do navio "Aquarius" estão 629 migrantes, entre os quais 123 menores desacompanhados e sete mulheres grávidas.
Nos últimos cinco anos, mais de 600 mil migrantes chegaram às costas de Itália vindos de África e de países como a Síria e o Iraque.
[notícia atualizada às 20h11]