12 jun, 2018 - 16:07
Israel admite que as cidades de Telavive, capital de facto do país, a par de Haifa e Eilat poderão ser candidatas a acolher o Festival Eurovisão da Canção em 2019.
A notícia foi avançada esta terça-feira pelo jornal israelita "Haaretz", depois de União Europeia de Radiodifusão (UER) ter exigido que a próxima edição do festival se realize num lugar "menos controverso" do que Jerusalém.
A cidade santa, disputada por israelitas e palestinianos há várias décadas, foi declarada capital de Israel pelo Governo dos EUA, que recentemente decidiu inaugurar uma nova representação diplomática em Jerusalém. A comunidade internacional nunca reconheceu a autodeclarada soberania de Israel sobre a cidade e a maioria dos países condena a decisão de Donald Trump.
Foi neste contexto que, em maio, a concorrente israelita Netta Barzilai venceu a Eurovisão em Lisboa, levantado de imediato questões sobre onde terá lugar a próxima edição do festival.
O "Haaretz" diz que o primeiro-ministro hebraico, Benjamin Netanyahu, concordou que o Governo deve afastar-se da escolha da cidade onde o festival se irá realizar, uma decisão que, segundo o jornal israelita, foi tomada em parceria com os ministros das Finanças e das Comunicações, Moshe Kahlon e Ayoub Kara respetivamente, e com a procuradora-geral hebraica, Avichai Mendelblit.
A decisão foi transmitida à ministra da Cultura e do Desporto, Miri Reguev, que, na semana passada, insistira na realização do festival em Jerusalém sob o argumento de que, se não for naquela cidade, o país não deve organizar a Eurovisão.
Estas declarações da ministra enquadram-se na estratégia de promover o reconhecimento da soberania que Israel reivindica sobre a cidade.
Membros da UER informaram a emissora pública israelita Kan de que, embora não levantem objeções à organização do festival em Jerusalém, preferem que este tenha lugar noutra cidade para evitar a politização do evento.
O canal público e a UER vão reunir-se na próxima semana para debater outros potenciais locais, entre eles as cidades de Telavive e Haifa, ambas na costa do Mediterrâneo, e Eilat.