12 jun, 2018 - 09:45
“A diplomacia venceu a lógica da confrontação”. É assim que o ministro dos Negócios Estrangeiros português comenta a Cimeira de Singapura que juntou Donald Trump e Kim Jong-Un.
À Renascença, Augusto Santos Silva disse que a declaração agora assinada pelos líderes da Coreia do Norte e dos Estados Unidos representa uma vitória da paz.
“Parece-me um resultado bastante positivo. Em primeiro lugar, a diplomacia venceu a lógica da confrontação. Em segundo lugar, pelo que já se sabe dos dois compromissos: o da Coreia do Norte de se envolver na total desnuclearização da Península da Coreia e do compromisso dos Estado Unidos de garantir as condições de segurança nessa zona”, afirmou.
Na opinião do ministro esta é, sobretudo, uma vitória de todos aqueles que na região contribuíram para este avanço. “Quero salientar o contributo do Presidente da Coreia do Sul assim como da China e do Japão. Pois a nuclearização da Coreia do Norte representa uma das ameaças principais com que se confronta a ordem internacional”.
Augusto Santos Silva fala em “avanços do ponto de vista da paz e da segurança mundial”.
O Presidente dos Estados Unidos e o líder norte-coreano assinaram "um importante e detalhado documento", segundo Donald Trump, e que permitirá ao "mundo ver uma grande mudança", sublinhou Kim Jong-un.
Este último reafirmou o compromisso de “desnuclearização completa da Península da Coreia”, de acordo com o texto conjunto assinado, esta terça-feira, com o Presidente norte-americano na Cimeira de Singapura.
Já os Estados Unidos garantem a segurança da Coreia do Norte. “O Presidente Trump compromete-se a fornecer as garantias de segurança” à Coreia do Norte, indica a informação sobre o documento conjunto.
A cimeira histórica começou com um simbólico aperto de mão entre Donald Trump e Kim Jong-un.
Este foi o primeiro encontro entre os líderes dos dois países depois de quase 70 anos de confrontos políticos no seguimento da Guerra da Coreia e de 25 anos de tensão sobre o programa nuclear de Pyongyang.
Esta reunião ocorre depois de, em 2017, as tensões terem atingido níveis inéditos desde o fim da Guerra da Coreia (1950-53), face aos sucessivos testes nucleares de Pyongyang e à retórica beligerante de Washington.