19 jun, 2018 - 22:21
Os Estados Unidos abandonam o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas porque os outros países “não tiveram a coragem de se juntar à nossa luta”, afirma a embaixadora Nikki Haley.
A diplomata norte-americana confirma a decisão avançada durante a tarde pela agência Reuters e deixa duras críticas a um organismo que apelida de “hipócrita e egoísta”.
“Ao fazê-lo, quero deixar bem claro que este passo não é um recuo em relação aos nossos compromissos com os direitos humanos", sublinha Nikki Haley.
Numa declaração ao lado do Secretário de Estado, Mike Pompeo, a embaixadora arrasou a Rússia, China, Cuba e Egipto por travarem os esforços dos EUA para reformar o conselho.
No rol de justificações para a saída do Conselho de Direitos Humanos, a embaixadora dos EUA na ONU fala num "precoceito crónico" contra Israel.
Haley considera que muitos países com as mesmas posições "não têm vontade para, de maneira séria, desafiar o status quo" ou de tomar uma posição, a menos que seja à porta fechada.
A decisão surge numa altura em que a administração de Donald Trump tem sido alvo de críticas pelo organismo da ONU, devido à polémica política de imigração de "tolerância zero", que tem visto crianças separadas dos seus pais e familiares e presas em celas de centros de detenção para migrantes.
A decisão dos Estados Unidos é "desanimadora", afirma o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad al-Hussein.
“Tendo em conta o estado dos direitos humanos no mundo, hoje em dia, os EUA deviam avançar, não recuar”, escreveu o responsável no Twitter.
Al-Hussein tinha apelado esta semana à Administração Trump que colocasse ponto final na política “inconsciente” de separação de crianças filhas de imigrantes clandestinos.
O ministro britânico dos Negócios Estrangeiros também já reagiu. Boris Johnson diz que a saída dos Estados Unidos do Conselho de Direitos Humanos é “lamentável”.