28 jun, 2018 - 01:07
A crise na Nicarágua, que já causou mais de 285 mortos. foi descrita como "muito preocupante" pela representante do escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Alicia Londoño.
"A situação é muito preocupante, esperamos o fim da violência", disse Alicia Londoño, depois de se reunir com representantes de organizações humanitárias e movimentos da sociedade civil.
Na reunião, a equipa das Nações Unidas foi informada sobre as cidades que mais sofreram com a repressão do governo de Daniel Ortega e os diferentes tipos de violação dos direitos humanos.
"Foi uma sessão muito introdutório. Podemos apresentamos diferentes aspetos dos problemas do país e estamos encorajados porque eles vão ficar o tempo que seja necessário", disse a presidente do Centro Nicaraguense de Direitos Humanos (CENIDH) Vilma Núñez.
As violações dos direitos humanos incluem "assassinatos, execuções extrajudiciais, maus-tratos, possíveis atos de tortura e detenções arbitrárias cometidas contra a população predominantemente jovem", segundo a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), que foi rejeitada pelo Governo da Nicarágua.
Alicia Londoño disse que nesta fase inicial da visita, que vai durar até o fim de semana, o trabalho da equipa das Nações Unidas é exploratório, de modo a definir depois qual o papel a adotar.
Desde 18 de abril, a Nicarágua está mergulhada na crise sociopolítica mais sangrenta ocorrida desde os anos 1980, também com Daniel Ortega como Presidente.
Os protestos contra Ortega e a mulher, a vice-presidente Rosario Murillo, começaram por causa de reformas fracassadas da segurança social e transformaram-se depois em exigências de demissão do chefe de Estado, depois de 11 anos no poder, alvo de acusações de abuso de poder e corrupção.