28 jun, 2018 - 07:54
A situação dos refugiados venezuelanos que estão no Brasil é "grave", avaliou o eurodeputado Francisco Assis durante uma visita oficial ao estado brasileiro de Roraima.
"O problema pode tornar-se mais grave, mas o Brasil compreendeu a dimensão do problema e está a responder de forma muita articulada com as Nações Unidas [...] Espero que possa haver uma evolução da situação", acrescentou Assis em entrevista à agência Lusa.
O eurodeputado frisou que os venezuelanos que atravessaram a fronteira brasileira para fugirem da crise económica e social no seu país não representam um desafio humanitário tão grave do ponto de vista numérico, mas a situação preocupa porque "a Venezuela faz fronteira com um dos estados mais pobres do Brasil, que é Roraima".
Segundo Francisco Assis, esta condição particular faz com que ajuda aos imigrantes seja mais limitada.
Em dois anos, o número de pedidos de refúgio no Brasil de cidadãos oriundos da Venezuela cresceu 922%. Segundo informações divulgadas pelo Governo de Boa Vista, capital de Roraima, pelo menos 40 mil venezuelanos atravessaram a fronteira para viver no Brasil nos últimos dois anos.
Ajuda europeia a caminho
Francisco Assis mencionou que União Europeia já tomou uma decisão e vai ajudar estes imigrantes e refugiados. "Será enviado muito em breve uma verba de 2,5 milhões de euros para ajudar as operações [de ajuda humanitária] no Brasil. É uma verba total de 5 milhões de euros que será enviada metade aqui para o Brasil e metade para a Colômbia", explicou.
Assis disse ainda que a União Europeia também trabalha em inciativas de trocas de experiências. "Nos próximos dias uma delegação de autoridades brasileira irá à Europa. Haverá uma viagem até a Alemanha e a Itália para tomarem contacto com experiências que foram tomadas no âmbito europeu em relação a questões de refugados e imigrantes", adiantou.
Além de visitar abrigos, Francisco Assis e outros eurodeputados reuniram-se com várias organizações presentes em Boa Vista, capital de Roraima, como a Cruz Vermelha, o ACNUR e os representantes da Operação Acolhida, montada pelo Ministério da Defesa brasileiro e que dá apoio aos migrantes oriundos da Venezuela.