30 jun, 2018 - 21:31
O primeiro-ministro nacionalista húngaro Viktor Orban assegura que não existe nenhum acordo com o Governo alemão sobre o acolhimento de refugiados que vão ser expulsos da Alemanha.
"É o rumor político de sempre, não existe nenhum acordo", explicou o primeiro-ministro magiar à agência noticiosa MTI.
Através de um texto de oito páginas, a chanceler alemã Angela Merkel notificou os parceiros da grande coligação, a União Social Cristã bávara (CSU) e o Partido social-democrata (SPD) que no decurso da cimeira europeia de quinta-feira e sexta-feira garantiu o compromisso de 14 parceiros comunitários para acelerar o repatriamento de migrantes da Alemanha para esses países.
Esta medida está incluída no Acordo de Dublin, onde se prevê que o processo de pedido de asilo de um refugiado é da responsabilidade do país da União Europeia (UE) ao qual acedeu inicialmente, através do espaço Schengen. Pretende evitar que muitos refugiados e migrantes se dirijam para o norte da Europa pelo facto de o seu primeiro requerimento de asilo não ter sido aceite, ou por procurarem melhores condições, como sucede com a Alemanha.
Os 14 países mencionados no documento de Merkel são a Hungria, Polónia, República Checa, Bélgica, Dinamarca, Estónia, França, Finlândia, Lituânia, Letónia, Luxemburgo, Holanda, Portugal e Suécia.
De acordo com o portal informativo "napi.hu", o chefe do Governo checo, Andrej Babis, também desmentiu a informação.
Os países do grupo de Visegrad (Hungria, República checa, Polónia e Eslováquia), recusam a entrada de migrantes e opõem-se ao sistema europeu de recolocação de refugiados.
Na recente cimeira de Bruxelas os líderes europeus chegaram a acordo para a criação de "centros de acolhimento" de refugiados em território da UE, mas sem designarem qualquer local no imediato, e no reforço do controlo nas fronteiras externas da União.