02 jul, 2018 - 11:01
Os estudantes europeus, incluindo portugueses, vão continuar a ter acesso nas atuais condições às universidades britânicas depois da saída do Reino Unido da União Europeia, no próximo ano letivo, anunciou, esta segunda-feira, o ministro da Educação britânico, Damian Hinds.
Os candidatos a cursos universitários que comecem em setembro de 2019 vão poder aceder aos empréstimos que pagam as propinas anuais de 9.250 libras (10.450 euros), o mesmo valor que pagam os estudantes britânicos, uma garantia que se estende até à conclusão.
Enquanto cidadãos europeus, os estudantes dos 27 países da União Europeia têm beneficiado do acesso a licenciaturas e mestrados em igualdade de circunstância com os nacionais britânicos, incluindo a elegibilidade para empréstimos e bolsas de financiamento avalizadas pelo Governo britânico. Estas bolsas cobrem a 100% as propinas universitárias, que podem chegar a 9.250 libras por ano, enquanto os estudantes extra-comunitários pagam propinas que podem chegar às 35 mil libras (40.000 euros) anuais.
Os ‘Tuition Fees Loans' [Empréstimos para Propinas de Estudo] são empréstimos que cobrem a totalidade do custo das propinas pagas pelo estado britânico diretamente à instituição de ensino, valor que os estudantes se comprometem a reembolsar após o final do curso, quando o salário mensal estiver acima das 2.083 libras (2.355 euros), ou seja, 25 mil libras anuais (28 mil euros).
Ao valor total é aplicada ainda uma taxa de juro que ronda os 6%, cujo cálculo soma a taxa de inflação de 3% ao valor fixo de 3%.
Um relatório do Serviço de Admissão às Universidades e Colégios (UCAS, na sigla inglesa) publicado em novembro do ano passado indicava que o número de candidatos europeus a licenciaturas aceites em universidades britânicas tinha caído este ano pela primeira vez desde 2012, para 24.565.
Apesar da redução geral, Portugal foi o país europeu que registou o maior aumento de novos estudantes universitários no Reino Unido este ano letivo, 1.200 em 2017/18, mais 230 (24%) do que em 2016/17, quando foram matriculados 970 estudantes portugueses.
Segundo o UCAS, o número de estudantes portugueses nas universidades britânicas triplicou desde 2012, tendo disparado 36% de 2014/15 para 2015/16 e 21% de 2015/16 para 2016/17.
Porém, a continuidade do acesso a este tipo de condições de estudo no ensino superior britânico ainda deverá ser definido nas negociações que continuam sobre as relações entre o Reino Unido e a União Europeia após o ‘Brexit’.