02 jul, 2018 - 14:57
O capitão do navio da ONG alemã Lifeline, Claus-Peter Reisch, que atracou em Malta a 27 de junho, foi libertado esta segunda-feira sob fiança, após ter sido acusado pelas autoridades locais de irregularidades no registo marítimo.
Durante a audiência desta manhã no tribunal de Valeta, a capital maltesa, foi confirmada a acusação e imposta uma fiança de 10.000 euros ao capitão do navio, disse à agência Efe o seu advogado italiano, Daniel Amato, que faz parte da equipa legal da organização Lifeline.
Com o pagamento da fiança, o capitão ficou em liberdade, mas não pode deixar a ilha e deve dormir no navio até à próxima audiência, que está marcada para 5 de julho.
O Lifeline resgatou das águas 234 migrantes e foi autorizado a atracar em Malta após seis dias em alto mar, depois de lhe ter sido negada autorização para acostar em Itália. A atracagem aconteceu após um acordo com oito países europeus, aos quais se juntou depois a Noruega, para recolocar os requerentes de asilo.
A acusação insiste que o navio, de pavilhão holandês, não consta do registo marítimo da Holanda, o que foi confirmado pelas autoridades holandesas.
Os advogados apresentaram um documento segundo os quais o navio está registado como embarcação de recreio, ao que a acusação respondeu que não está, por isso, autorizado a dedicar-se a operações de resgate.
Por agora, o único delito de que está acusado o capitão, de 57 anos, é a irregularidade de registo, mas as autoridades admitem que se venham a juntar mais acusações.
Pediram também ao magistrado que ordenasse o confisco do navio de salvamento, tendo sido decidido que o Lifeline ficará retido até que a situação esteja esclarecida.