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Dia D para Merkel, Governo alemão à beira do colapso

02 jul, 2018 - 13:07

O atual ministro do Interior e líder da União Social Cristã da Baviera (CSU), o partido irmão da CDU de Merkel, vai reunir-se com a chanceler às 16h00 desta segunda-feira para decidirem políticas migratórias e o futuro da sua união.

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O ministro alemão do Interior, Horst Seehofer, e a chanceler Angela Merkel vão reunir-se esta segunda-feira às 17h locais (16h em Lisboa) para discutirem as políticas migratórias da Alemanha, numa altura em que a chancelaria continua sob ameaça após Seehofer ter ameaçado demitir-se.

O atual ministro do Interior é o líder da União Social Cristã da Baviera (CSU), o partido irmão da CDU de Merkel, e a sua ameaça, proferida domingo, veio pôr em risco a aliança de décadas entre os dois partidos e a sobrevivência do atual Governo alemão.

Seehofer quer que a polícia trave a entrada na Baviera de todos os migrantes que tenham pedido asilo noutras localidades ou países. Merkel, pelo contrário, quer continuar a implementar o acordo europeu que prevê a redistribuição de refugiados e migrantes para que Itália e Grécia, as duas grandes portas de entrada na União Europeia, não fiquem a gerir a crise humanitária sozinhas.

A querela surge numa altura em que a Baviera se prepara para eleições locais em outubro, com as sondagens para esse plebiscito a apontarem para um crescimento sustentado do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) naquele estado.

O que pode acontecer?

O correspondente da BBC em Berlim e outros analistas dizem que é "improvável" que os líderes da CSU e da CDU alcancem um acordo que agrade a ambos, o que em última instância pode levar Seehofer a pôr fim à aliança partidária.

Na prática, isto significa que Angela Merkel pode perder a maioria parlamentar que detém atualmente e se veja, por isso, forçada a convocar eleições antecipadas. Isto apesar de os Sociais Democratas (SPD), que também integram a atual coligação de Governo, apoiarem a postura da chanceler.

As sondagens mais recentes indicam que, caso a Alemanha tenha eleições antecipadas, o SPD pode ser um dos partidos mais castigados nas urnas. Ainda assim, a líder do partido de centro-esquerda, Andrea Nahles, não altera a sua posição. "A minha paciência está a esgotar-se", declarou numa conferência de imprensa esta manhã. "Queremos políticas migratórias humanitárias mas também realistas."

Os cenários possíveis

Uma possibilidade é que a CSU apresente um novo candidato para a tutela ocupada por Seehofer caso o atual líder se demita. Isto manterá a coligação governamental intacta.

Outra opção é que a CSU ponha fim à aliança com a CDU mas que Os Verdes ou os Democratas Livres (DP) ocupem o seu lugar na coligação.

Caso não haja acordo e Seehofer abandone o Ministério do Interior, Merkel também pode optar por não convocar eleições e continuar no poder com uma coligação enfraquecida e sem maioria no Bundestag (parlamento federal).

Em última instância, a própria chanceler, que está no poder na Alemanha desde 2005, pode demitir-se ou, por outro, pedir ao Parlamento que vote uma moção de confiança ao seu Governo, o que poderá potenciar eleições antecipadas no país.

Comentários
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  • Fernando Machado
    02 jul, 2018 Porto 15:14
    Pelo que sei, o homem já lhe virou as costas e deixou-a a falar sozinha. A Europa no seu melhor. E quando entrar em funções o Brexit ?

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