11 jul, 2018 - 22:51
Pelo menos 351 pessoas morreram e 261 estão desaparecidas na Nicarágua, devido à repressão do Governo contra os protestos que ocorrem no país desde abril, anunciou a Associação Nicaraguense pelos Direitos Humanos (ANPDH).
Do total de mortos, 306 são civis, 28 faziam parte de grupos paramilitares que defendem o Governo de Daniel Ortega, 16 eram polícias e um era um membro do Exército, conforme foi detalhado em conferência de imprensa pelo secretário-geral da ANPDH, Alvaro Leiva, que leu um relatório preliminar da organização.
Além disso, 2.100 pessoas sofreram ferimentos e não tiveram acesso a atendimento médico oportuno do sistema público de saúde, dos quais 51 sofreram ferimentos graves com danos permanentes, refere o relatório.
Alvaro Leiva denunciou que, até agora, "não há fonte oficial" que forneça dados exatos sobre quantas pessoas foram feridas ou morreram nos diferentes protestos cívicos que têm vindo a ocorrer no país.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, mostrou-se “muito preocupado” com a “intensificação da violência”.
“Exorta todas as partes a respeitarem o papel dos mediadores, a refrearem o uso de violência”, refere o porta-voz.
Desde 18 de abril que a Nicarágua é palco de manifestações e confrontos violentos.
Os manifestantes acusam o Presidente Daniel Ortega e a mulher e vice-Presidente, Rosario Murillo, de abuso de poder e de corrupção.
Daniel Ortega está no poder desde 2007, após um primeiro mandato de 1979 a 1990.