23 jul, 2018 - 16:57
A diretora executiva da Europol classifica Portugal como um país seguro.
De visita a Lisboa, onde se encontrou com os responsáveis pelas forças e serviços de segurança nacionais, a belga Catherine de Bolle mostrou-se satisfeita com a forma como Portugal está a trabalhar nesta área.
“Estou convencida de que Portugal é um país seguro. Não creio que o terrorismo seja o vosso maior problema”, afirma a directora executiva da Europol, em entrevista à Renascença. “Portugal está envolvido em todas as organizações europeias, e em todos os níveis de troca de informações. A troca de informações é a chave. É preciso partilhar informação”, considera Catherine de Bolle.
Sobre a importância da cooperação internacional, a directora da Europol dá como exemplo a recente operação da Polícia Judiciária que levou à detenção de 59 elementos dos Hells Angels. Uma operação que classificou de "frutuosa" e que teve a colaboração da Europol e de outros países europeus.
Questionada sobre a pressão migratória nas fronteiras europeias, Catherine de Bolle defende a introdução dos dados biométricos nos documentos de identificação. A responsável pela Europol diz que só assim poderemos ter a certeza de quem tenta entrar na Europa.
“O Parlamento Europeu está a discutir neste momento a interoperabilidade das bases de dados, o que quer dizer a conexão entre todas as bases de dados que existem na Europa. E os dados biométricos são muito importantes”, afirma a responsável. “Eles dão-nos a possibilidade de ter maior certeza sobre o nome da pessoa que está por trás de um documento. Penso que são precisos, e que os dados biométricos devem ser um investimento de futuro, para que possamos ter a certeza da identidade das pessoas que tentam entrar na União Europeia”.
O debate sobre a introdução dos dados biométricos, recorde-se, é bastante antigo e sempre polémico. Em causa está a utilização de características fisiológicas como as impressões digitais ou a íris.