25 jul, 2018 - 14:31
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A greve dos tripulantes de cabine da Ryanair em quatro países da Europa obrigou ao cancelamento de mais de 230 voos até às 13h00.
Os dados, recolhidos pela agência Lusa, mostram que, em Portugal, a greve provocou 19 cancelamentos nos aeroportos de Lisboa e do Porto até as 12h30. Em Espanha, a agência EFE diz, citando o ministério espanhol do Fomento, que foram 11 cancelamentos.
Em Itália, o portavoz do sindicato FILT-CGIL, Guido Barcucci, disse à EFE que foram cancelados 134 voos, enquanto na zona de Bruxelas os cancelamentos ascendem a 75.
No âmbito da greve, a Ryanair decidiu cancelar antecipadamente voos, um número que em Espanha deverá chegar aos 400 e na Bélgica e em Portugal 200. Não foram revelados números sobre Itália, país onde a paralisação decorre por 24 horas, enquanto nos outros prolonga-se por 48 horas.
A companhia estimou que os cancelamentos possam envolver até 50 dos mais de 180 voos diários operados de e para Portugal (27%).
Ryanair parada
Esta quarta-feira de manhã, Bruno Fialho, do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil, avançava à Renascença que "mais de 50% dos voos programados" tinham sido cancelados. "Temos três cancelados em Faro, três em Lisboa e cerca de doze no Porto", disse. Mais perto do final da manhã, o dirigente apontava já para "60% de voos cancelados".
Em Espanha, o Ministério do Fomento, com informação do operador aeroportuário Aena, referiu que a operação prevista é de 570 voos e que, até às 12h30, a Ryanair garantiu 119 das 130 deslocações previstas.
No contexto de greve e concentrações de funcionários em quatro aeroportos espanhóis não se registou qualquer incidente, acrescentou a tutela.
Em Itália, o sindicalista Guido Barcucci garantiu que o protesto, que junta pilotos e tripulantes, cancelou 134 voos, a maioria nos aeroportos do norte do país.
Na Bélgica, o protesto terá afetado 13 mil passageiros, com o cancelamento de 18 voos no aeroporto nacional de Bruxelas (Zaventem) e 56 voos no aeroporto secundário da capital, Charleroi, a principal base operativa da Ryanair na Bélgica.
A transportadora aérea Ryanair garantiu não ter registado perturbações, além dos voos anteriormente cancelados para 50 mil passageiros, devido à greve de tripulantes de cabine em Portugal, Espanha e Bélgica.
A decisão de partir para a greve foi tomada a 05 de julho numa reunião, em Bruxelas, entre vários sindicatos europeus para exigirem que a companhia de baixo custo aplique as leis nacionais laborais e não as do seu país de origem, a Irlanda.
Com a greve, os trabalhadores querem exigir que a transportadora irlandesa aplique a legislação nacional, nomeadamente em termos de gozo da licença de parentalidade, garantia de ordenado mínimo e que retire processos disciplinares por motivo de baixas médicas ou vendas a bordo dos aviões abaixo das metas definidas pela empresa.
Numa nota divulgada segunda-feira, em que dava conta da descida em 20% dos seus lucros, no primeiro trimestre fiscal (até 30 junho), para 319 milhões de euros, a Ryanair avisou que as greves “desnecessárias” podem resultar em reduções da operação no inverno (entre outubro e março) e da frota, assim como no número de postos de trabalho.