29 jul, 2018 - 14:27
A ministra da Defesa da República Centro-Africana atribui "grande importância" à presença do contingente militar português no país, que considerou "trabalhar com o coração", para segurança e proteção da população, que vive em cenário de grande tensão.
Marie Noelle Koyara enalteceu o papel do 1.º Batalhão de Infantaria Paraquedista, instalado no Campo M'Poko, junto ao aeroporto internacional de Bangui, capital da República Centro Africana, "um país que procura a paz e que tem na força portuguesa um elemento muito importante".
"É com o coração que estes militares portugueses estão a trabalhar na República Centro-Africana", sublinhou Koyara, que integra o Governo do Presidente Faustin-Archange Touadera, eleito em março de 2016.
A governante frisou que a 3.ª Força Nacional Destacada "tem desempenhado, com grande profissionalismo a missão" no âmbito da Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização da República Centro-Africana (Minusca), uma força com cerca de 12 mil militares sob o comando do tenente-general do Exército do Senegal Balla Keita e que também reúne mais de 13 mil pessoas nos setores civis.
"Esta força de Portugal assegura a segurança e a proteção da nossa população e isso é muito importante para o país. Os portugueses são reconhecidos pela população da República Centro-Africana, porque fazem um trabalho que é fundamental para a segurança e proteção da população", frisou Marie Noelle Koyara.
A ministra disse que os militares portugueses, que formam a Força de Reação Rápida da Minusca, vocacionada para a primeira intervenção, têm sido "fundamentais para a manutenção da estabilidade" no país do centro de África, vizinho da República Democrata do Congo.
A operar em articulação com a Minusca, Marie Noelle Koyara referiu também o "excelente trabalho" que 45 militares portugueses desenvolvem na Missão Europeia de Treino Militar-República Centro Africana (EUTM-RCA), instalada no Campo Moana, num dos distritos da capital, que tem ainda bairros controlados por grupos armados, o mais problemático o PK5, maioritariamente habitado por muçulmanos.
Constituído por 170 militares de 11 nacionalidades, entre os quais de Portugal, França, Roménia, Geórgia, Sérvia, Espanha, Suécia e Itália, a EUTM-RCA, que, desde janeiro deste ano, tem como comandante o brigadeiro-general Hermínio Maio, forma quadros do exército da República Centro Africana.
"A missão da EUTM-RCA, que desenvolve um trabalho muito importante sob o comando do brigadeiro-general Maio, é essencial para a República Centro Africana. Aproveitamos a experiência para fazer um exército da República Centro Africana à imagem e profissionalismo do exército português", assinalou Marie Noelle Koyara.
A ministra da Defesa acentuou "a experiência acumulada" dos militares portugueses nesta missão europeia, que capacita as tropas da República Centro Africana desde 2014 e possibilitará estender a autoridade do Estado ao resto do país.
Koyara agradeceu "em nome do chefe de Estado", Faustine-Archange Touadera, "todo o trabalho" desenvolvido pelos portugueses, de grande significado para a República Centro-Africana.
Marie Noelle Koyara recordou e assinalou a importância da visita a Bangui de Marcelo Rebelo de Sousa, em março.
"O chefe de Estado português veio aqui para conhecer a situação na República Centro Africana, mostrando muita atenção e interesse e mesmo alguma preocupação", lembrou.