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Momo? A nova “Baleia Azul” chega pelo WhatsApp

01 ago, 2018 - 16:27

Também começou com um desafio, mas vai mais além, com imagens violentas e ameaças que podem incitar à morte.

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Chama-se Momo e é a nova cara que anda a assustar miúdos e graúdos nas redes sociais. O principal alvo, como com o famigerado jogo da "Baleia Azul", são os adolescentes.


Olhos esbugalhados, pele pálida e um sorriso sinistro compõe a imagem sinistra que se espalhou pelo WhatsApp e que começou num desafio lançado por um grupo no Facebook, em que “os participantes eram desafiados a começar a comunicar-se com um número desconhecido”, anuncia a BBC Brasil, citando um Twitter da Unidade de Investigação de Delitos Informáticos do Estado de Tabasco, no México.

O desafio deixou de ser uma simples distração e as autoridades já começaram a lançar alertas, pois, além de a Momo tentar convencer os seus contactos a partilhar dados e informações pessoais, envia mensagens violentas e pode mesmo incitar ao suicídio.


Tudo começa com um número de telefone difundido por grupos nas redes sociais. Adicionando-o à lista de contactos, verá aparecer na aplicação WhatsApp a fotografia daquela imagem (Momo) – que parece ter origem japonesa.

Se enviar uma mensagem a esse contacto, começa a receber respostas violentas e ameaças.

Como tudo começou?

Segundo o “youtuber” ReignBot, com mais de 500 mil subscritores, ainda não foi encontrado o criador da Momo, mas a imagem está relacionada a, pelo menos, três números de telefone que começam com +81, código do Japão, e dois latino-americanos, um da Colômbia (+52) e outro do México (+57).

A BBC Brasil avança que a imagem tem origem japonesa e que pertence a uma escultura de uma mulher-pássaro, exposta em 2016 numa galeria de arte em Ginza, um luxuoso distrito de Tóquio, tendo integrado uma exposição sobre fantasmas e espectros.

As fotos foram tiradas de uma conta do Instagram, refere ainda a publicação, citando as autoridades mexicanas.

Quais os perigos em causa?

São vários, desde logo extorsão e roubo de informações privadas e pessoais. A partir daqui, estas informações podem ser utilizadas de forma criminosa, em ações de assédio e incitando ao suicídio e à violência.

Tudo isto pode terminar em transtornos físicos e psicológicos, mais ou menos graves.

O que fazer?

A primeira regra fundamental é: não dar o número de telefone a um estranho. Muito menos informações pessoais.

“Os pais devem dizer aos seus filhos que é mais um golpe e deixar claro que é importante proteger seus dados pessoais na internet”, afirma o especialista brasileiro Rodrigo Nejm, psicólogo.

“Ter domínio do aparelho não significa ter maturidade para reconhecer situações de perigo”, destaca em declarações à BBC Brasil.

Em caso de conversa com a Momo e se ela pedir informações pessoais (uma foto, a idade, uma morada, por exemplo), o utilizador deve gravar a conversa e procurar as autoridades.

Não basta “dar ‘print’ na conversa”, adverte o psicólogo brasileiro. “É preciso exportar a conversa para nós mesmos. O WhatsApp tem uma ferramenta que permite isso”, lembra.

Os especialistas em crimes cibernéticos pedem ainda para que que não se incentive a cadeia de mensagens e não se contacte números desconhecidos, para evitar cair em fraude, extorsão ou outro tipo de ameaça.


No ano passado, em abril, um outro “jogo” agitou as redes sociais e obrigou as autoridades a intervir. Era o desafio da “Baleia Azul”, que incitava crianças e jovens a cumprirem uma série de desafios que terminavam frequentemente com o suicídio.

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