21 ago, 2018 - 21:47
O ex-advogado do presidente Donald Trump, Michael Cohen, chegou a um acordo com procuradores federais de Nova York para se declarar culpado pelos crimes de violação de financiamento de campanha, fraude bancária e evasão fiscal.
A notícia está a ser dada por meios de comunicação norte-americanos, esta terça-feira, citando fontes anónimas.
Entretanto, o advogado de Michael Cohen disse que Trump ordenou que cliente cometesse um crime.
"Hoje ele testemunhou sob juramento que Donald Trump o mandou cometer um crime fazendo pagamentos a duas mulheres com o objetivo principal de influenciar uma eleição", disse o advogado de Cohen, Lanny Davis, em um comunicado.
"Se esses pagamentos foram um crime para Michael Cohen, então por que eles não seriam um crime para Donald Trump?", perguntou o advogado de Cohen.
Os dois pagamentos foram destinados para silenciar duas mulheres que alegaram ter tido casos com Trump e foram feitos antes da eleição presidencial de 2016. Um dos pagamentos foi de 130 mil dóalres (112 mil euros) à estrela de filmes para adultos, Stormy Daniels. O outro, de 150 mil dólares (130 mil euros) foi destinado à ex-modelo da Playboy, Karen McDougal.
Acordo para evitar males maiores
Em causa está a investigação sobre a interferência russa nas eleições de 2016 e possível coordenação com a campanha Trump.
Cohen, de 51 anos, entregou-se ao FBI, afirma a CNN. O pedido inclui pena de prisão e multa substancial, segundo o canal de televisão.
O advogado concordou com o acordo para economizar milhões de dólares, proteger a família e limitar sua exposição, escreve Politico, citando uma fonte não identificada.
A investigação poderia aumentar os riscos para o presidente Donald Trump, uma vez que levantaria a possibilidade de Cohen fornecer informações ao conselheiro especial dos EUA, Robert Mueller.
A CNN e o New York Times afirmam que o acordo não inclui cooperação com autoridades federais.
Trump negou repetidamente qualquer conluio com os russos e chamou à investigação de Mueller de "caça às bruxas". A Rússia nega qualquer intromissão na eleição do presidente norte-americano. No entanto, as agências de inteligência dos EUA concluíram que Moscovo o fez.
Cohen fazia parte do círculo íntimo do presidente norte-aemericano há mais de uma década, trabalhando como advogado pessoal na Organização Trump e aconselhando-o após a eleição. O relacionamento entre os dois desgastou-se nos últimos meses.
[notícia atualizada às 00h15 com mais informação]